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Encontro da Cultura com Lula no DF reacende a esperança para o setor

Durante o evento, o Manifesto Cultura DF com Lula, com mais de 500 assinaturas de diversos representantes do setor, foi entregue ao ex-presidente

Organizado pelas secretarias de Cultura dos partidos aliados (PT, PV, PCdoB, PSol, PSB e Rede), o encontro de representantes do setor cultural do DF com o ex-presidente Lula na última quarta-feira (13), reacendeu a chama da esperança para artistas e trabalhadores da área da cultura no DF e em todo o Brasil. O evento reuniu cerca de 300 pessoas.

Na ocasião, Lula manifestou o compromisso de recriar o Ministério da Cultura, que foi extinto no governo Bolsonaro. Ele também defendeu a valorização do setor e afirmou que as manifestações locais são tão importante como as que ganham projeção nacional pela mídia.

Com a participação de representantes de diversas áreas do setor cultural, o evento propiciou que artistas e trabalhadores do setor apresentassem propostas, reunidas num manifesto, que foi entregue ao ex-presidente.

O secretário de Cultura do PTDF, Yuri Soares, que conduziu o encontro, disse, em sua fala de abertura, que o retorno de Lula faz com que os artistas “sigam vivos e esperançando o futuro, apesar de alguns e algumas de nós terem tombado na luta. Este ano, vamos passar da resistência para a vitória. A cultura do DF vai participar desse grande movimento para eleger Lula e Alckmin e reconstruir as políticas culturais que o povo brasileiro merece. Vamos vencer, companheiro Lula!”

O evento iniciou com a intervenção poética de Ana Luisa Bellacosta, que declamou o poema, ‘Não vou mais lavar os pratos’, de Cristiane Sobral, mulher negra e referência da literatura negra do DF.

Em seguida, Márcio Tavares, secretário Nacional de Cultura do PT, em seu discurso, comparou o tratamento dado à cultura nos governos do PT com o atual presidente da República: “Esse ano vamos escolher entre aquele que promoveu a guerra cultural e acabou com o Ministério da Cultura e aquele que fez com que a Cultura se tornasse um eixo central da promoção de políticas públicas do Brasil. Entre aquele que transformou o IPHAN num balcão de negócios para seus aliados e aquele que fez do IPHAN o lugar do FAC (Fundo e Apoio à Cultura) e das cidades históricas. Entre aquele que fez com que o cinema brasileiro gerasse mais empregos que a indústria automobilística e, além disso, produzir sentido e símbolo para o Brasil e o mundo.”

Logo após, os secretários de Cultura dos partidos aliados, leram e entregaram o Manifesto Cultura DF com Lula, assinado por mais de 500 artistas, associações, fóruns e representantes culturais do DF.

Em sua fala, o rapper Gog disse que a cultura tem que estar no meio do povo e que ela é mais contundente que a educação, pois, para a cultura, “um mais um é mais que dois”. E conclamou a todos ao engajamento pela eleição de Lula e Alckmin. “Temos que fazer da Lei Rouanet uma rede de diálogo direto com a comunidade”. O artista homenageou Mestre Moa do Katendê, símbolo da cultura negra da Bahia, assassinado por um seguidor de Jair Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018.

A presidente da Associação Backstage de Brasília, Dandara Silva, lembrou que são os trabalhadores do backstage, os responsáveis para “que nossa voz chegue até vocês, são esses trabalhadores que fazem a luz, o som, que estão lá na graxa, invisibilizados, que fazem nossa voz ser ouvida por vocês, e o povo preto é a maioria no backstage.”

Ela também cobrou que esses trabalhadores tenham seus direitos reconhecidos pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), um documento que retrata a realidade das profissões do mercado de trabalho brasileiro, instituída com base legal na Portaria nº 397, de 10.10.2002.

“A gente precisa olhar para essas pessoas, ter reconhecimento na CBO da nossa profissão. Não temos CLT, não temos proteção no código brasileiro do trabalhador, não temos faculdade. Nossa faculdade é a rua, o gueto, o palco. A gente não aceita mais esse tipo de coisa. No próximo governo a gente precisa [garantir] esses direitos a esses trabalhadores”, reivindicou.

Na ocasião, o professor José Regino, palhaço e profissional da cultura há mais de 40 anos, também defendeu um plano de carreira e aposentadoria para a classe.

Durante a cerimônia, Lula também recebeu, das mãos de Ester Figueiredo, decana do Conselho de Cultura da Bahia, a Comenda Anísio Teixeira.

Lula reafirma compromisso com a Cultura

Após a manifestação dos artistas e representantes culturais, Lula reafirmou o compromisso em recriar o Ministério da Cultura, bem como valorizar a cultura regional. “A cultura nunca é colocada como prioridade. E precisa ser. Eu tenho viajado pelo interior e a riqueza cultural das cidades pequenas é extraordinária. Mas não consegue extrapolar para além das fronteiras daqueles municípios por falta de investimento”, disse Lula.

O ex-presidente ressaltou que “não custa caro” bancar uma política cultural no país, lembrando ainda que o retorno para o país é imenso. “Vocês da cultura pedem muito pouco, vocês cobram muito pouco e vocês oferecem muito. E esse pouco que vocês pedem é plenamente possível da gente realizar”, ressaltou.

Segundo o ex-presidente, diversos entraves para o desenvolvimento de uma cultura brasileira vinda do povo fazem parte da história do país. Um dos exemplos citados por ele foi o fato de o Brasil ter sido o último país do continente a ter uma universidade, em 1920, enquanto o Peru teve sua primeira já em 1554.

“Alguém precisava me explicar como nós não tínhamos acesso à formação. É porque nós tínhamos nosso desenvolvimento baseado na escravidão de seres humanos e essa gente não podia saber, não podia conhecer nada. Era importante que a gente fosse submisso e não levantasse a cabeça. E nós precisamos mudar isso”, declarou.

Para superar essas dificuldades, Lula afirmou que é necessário ouvir o povo e aprender com o que se ouve.

“A questão cultural, para mim, é vital para que a gente possa mudar este país no século 21. Nós precisamos avançar.”

Participaram da Mesa, a atriz Teresa Padilha, o produtor de audiovisual, Nilson Rodrigues, Lídia Garcia, professora de Música, Claudinei Pirelli, produtor Cultural, Pedro Ivo, representando a Rede, Jairo Mendonça, representando o PCdoB, Rita Andrade, representando o PSol, Ivana, representando o PT, Pablo Feitosa, representando o PSB, Jean Cunha, representando o PV, o deputado José Guimarães, representando o PT Nacional, o senador Paulo Rocha, autor da Lei Paulo Gustavo, xs pré-candidatxs da Federação Brasil da Esperança Rosilene Corrêa, ao Senado e Leandro Grass, ao governo do DF, Olgamir Amância, vice na chapa de Grass e Geraldo Magela.

Assista ao evento na íntegra:


Veja a galeria do ato:

PTDF com informações de redação PT

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