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Porquê não existe argumento possível para defender a privatização da Eletrobras

O sociólogo Tiago Vilas Boas, do Setorial de Energia do PT-DF expõe alguns aspectos da explanação clara e contundente do ministro do TCU Vital do Rego na sessão de 18/02, que tratou da privatização da Eletrobrás, a maior empresa de energia da América Latina.

Por Tiago Vilas Boas*

Exponho aqui alguns aspectos da explanação clara e contundente do ministro do TCU Vital do Rego na sessão de ontem, que tratou da privatização da Eletrobrás, a maior empresa de energia da América Latina.
(FIOZÃO) 

O ministro do TCU destacou 3 falhas na modelagem econômico-financeira para venda da empresa:
(1) preço da energia elétrica no longo prazo (variável potência)
(2) risco hidrológico
(3) taxa de desconto dos fluxos de caixa 

O balanço entre oferta de energia e potência é fundamental para a expansão e o cumprimento do Plano Decenal de Energia (planejamento). No frigir dos ovos: nós vamos então privatizar a Eletrobrás, envolvendo energia elétrica+água (bens essenciais) sem considerar o componente potência?

Item 3 (Taxa de desconto ou “qto maior o desconto, menos se ganha”): quais as justificativas para a escolha da taxa 7,31%, que veio do Min da Economia? Tal opção pactuada em outro ministério e acatada pelo MME não se sustenta pela questão do risco hidrológico visto que a variável (…)

Agora toma essa: não há investimento a ser feito. Tá tudo pronto, tudo acabado. Uma usina de Tucuruí foi construída e opera há décadas com o $ de todo cidadão brasileiro. Alguém comprará e só ganhará $$$$. Não há o q investir, é só ganhar din din, às custas de td a pop brasileira

E nos outros 25 anos? Pois nem o ministério nem a agência apresentam o impacto nas contas da pop, vai saber o porquê…Alguém orçou? A Fiesp e a CNI estimaram aumento entre 4,3 e 6,5% ao ano nas tarifas dos brasileiros!

Que país venderia empresa q detém 31% da capacidade de geração, 65MILKM de linhas de transmissão (45% do SIN)? Ainda+, neste caso, c a prevalência da hidroeletricidade e c20das22 hidrelétricas possuindo METADE dos reservatórios do país e devidamente pagas por todos nós cidadãos brasileiros

Levantamento do Ilumina c números da empresa alemã de dados Statista mostra q o preço estipulado pelo “governo” brasileiro p a venda da Eletrobras, de cerca de US$ 10 bilhões, chega a ser 15 vezes inferior a semelhantes estrangeiras, apesar de venderem no mercado o mesmo produto

A primeira colocada na lista sobre valor de mercado da Statista é a NextEra, nos EUA, avaliada em US$ 146 bilhões, e que atua principalmente na Flórida, população de 21.538.187 habitantes (2020), com 58 gigawatts (GW) de capacidade de geração, empregando 14,9 mil funcionários

“Enquanto isso, a Eletrobras tem 50 GW de capacidade de geração, opera com apenas 12,5 mil funcionários e atende uma área equivalente a mais de 40 Flóridas, com uma população dez vezes maior”, destaca o Ilumina.

Outra comparação que chama a atenção, segundo D’Araújo, se refere à décima colocada no ranking da Statista, a inglesa National Grid, que SEM parque de geração, tendo apenas transmissão, tem valor de mercado de US$ 44,3 bilhões, QUATRO VEZES MAIS do que a Eletrobras.

“Isso sem contar com sequer uma usina, apenas linhas de transmissão. Já a sua equivalente brasileira (Eletrobrás) possui 49 usinas hidrelétricas, 10 termelétricas a gás, óleo e carvão, 43 usinas eólicas e uma solar”, destaca o diretor.

Tiago Vilas Boas* é sociólogo e integrante do Setorial de Energia e Recursos Minerais do PTDF.
Artigo publicado no site Thread Reader

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