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Greve dos eletricitários cresce e as seis empresas do sistema Eletrobras, ou cerca de 12 mil funcionários, aderem à paralisação

Eletricitários lutam pela não privatização do sistema Eletrobras, a manutenção de direitos que a empresa quer retirar, e pelo fim da cobrança abusiva do plano de saúde

Desde o dia 17 de janeiro, os funcionários da Eletrobras estão em greve, já com adesão de 80% dos funcionários da gestão central da holding, da usina hidrelétrica de Furnas e do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica, representando de 7 a 8 mil empregados. Mas a greve cresceu e agora já são cerca de 12 mil funcionários, que atuam nas seis empresas, a aderirem à paralisação.

Além de Furnas, onde a greve teve início, e da própria Eletrobras, a paralisação por tempo indeterminado, já chega ao Centro de Pesquisas e Energia Elétrica (Cepel), a Eletronorte, a Eletrosul e a Chesf.

Os trabalhadores de cada uma das seis empresas do sistema estão lutando pela não privatização da Eletrobras e pelo fim da cobrança abusiva nos planos de saúde. Os eletricitários querem manter a contribuição que fazem ao plano de saúde em 10%. A Eletrobras quer subir para 40%.

Plano de Saúde
Além da mudança do plano da co-participação no plano de saúde, a greve também foi motivada pelo processo de privatização da companhia, que está em curso e tem previsão de ser finalizado em abril. Os trabalhadores afirmam que a medida trará mais demissões do que as que aconteceram nos últimos 5 anos.

Privatização
Sobre a privatização, a vice-presidente da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), Fabíola Latino Antezana, explica que a direção da Eletrobras está pressionando para que o Tribunal de Contas da União (TCU) libere a venda da empresa.

Em meados de dezembro do ano passado, o TCU liberou o governo de Jair Bolsonaro (PL), a dar andamento nos trâmites da privatização. No entanto, o processo de privatização só poderá ser concluído com a aprovação pelo Tribunal.

Somente após a conclusão de todas as etapas o processo volta para o TCU analisar mais uma vez e então decidir pela privatização ou não, que o governo estará liberado pra vender cerca de 70% das ações da empresa, deixando a Eletrobras sob o controle do capital privado.

Segundo Fabíola, a empresa convocou a Assembleia Geral dos Acionistas para o dia 28 de março, só que pela tramitação legal, o balanço teria de ser publicado em 24 de fevereiro, o que para ela é praticamente impossível.
“Esta antecipação nunca ocorreu e a empresa não deveria discutir a venda antes de o TCU finalizado a análise das inconsistências e irregularidades no processo de privatização da Eletrobras. Na prática, o governo está atropelando tudo, enviando ao Tribunal estudos incompletos e insuficientes, quando os ministros da Corte pedem um estudo completo antes de decidirem a questão”, diz Fabíola.

Eletrobras
Em nota, a Eletrobras afirmou que os quantitativos de adesão à greve ainda estão em apuração visto haver empregados na Holding, Furnas e Cepel em teletrabalho em face do agravamento da pandemia COVID-19. “De qualquer forma, comunicamos que não houve descontinuidade dos serviços prestados pela companhia“, disse.


PT DF com CUT e Poder 360

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