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“Não temos que esperar que a história seja generosa com a gente”, afirma José Dirceu

No próximo dia 11 de abril, o governo Bolsonaro completa 100 dias. Neste pouco tempo, políticas sociais foram desmontadas, organizações sindicais asfixiadas, o desemprego aumentou em números alarmantes e as liberdades democráticas estão sendo cada vez mais atacadas. O ápice desse tornado de desgoverno para o povo é a reforma da Previdência, que, associada à reforma Trabalhista, já em vigor, acaba de uma vez com todas com os direitos trabalhistas. “Temos que mudar”, alertou José Dirceu, na Atividade Unificada da CUT Brasília – Plenária Geral- Construindo a Greve Geral & 4ª Conferência Estadual de Formação, nesta sexta-feira (5).

“Se tivemos mais de 47 milhões de votos, como não temos força popular para nos defender? É por que não estamos onde o povo está. Eles (os apoiadores do governo) não são majoritários no país. Isso é uma lenda. Não temos que esperar que a história seja generosa com a gente, temos que tomar as rédeas”, afirma José Dirceu, uma das figuras políticas mais importantes da história do país.

Para ele, não há outra saída a não ser estar presente em todas as escolas, praças, lares, ambientes de trabalho e atuar em todas a lutas populares. E essa estratégia, de acordo com Dirceu, é a única que resultará positivamente no combate às políticas nefastas de Bolsonaro para o povo. “Vivemos conjuntura de alto risco e cerceamento das liberdades democráticas”, alerta o ex-ministro da Casa Civil no governo Lula.

José Dirceu traçou o perfil do governo Bolsonaro como autoritário, pró política estadunidense e fundamentalista. De acordo com ele, essa formatação, para ser sustentada, precisa da reforma da Previdência, que acaba com todos os direitos da classe trabalhadora e favorece mega empresários e o capital financeiro, impedindo que o povo avance em educação e outras políticas públicas, sendo incapaz de fazer sua própria história.

Atividade Unificada – Plenária Geral da CUT Brasília & 4 Conferência de Formação da CUT Brasília

“Não é reforma, é liquidação da Previdência. O problema da Previdência é o aumento do desemprego, a sonegação, o avanço da privatização da saúde e da educação”, contextualiza José Dirceu, sobre a reforma da Previdência.

Mas o mineiro e revolucionário José Dirceu, em sua experiência de 73 anos, acredita que há uma brecha para que as forças de esquerda contra-ataquem. “Eles (apoiadores de Bolsonaro) estão se dividindo, ficando na defensiva. É a nossa oportunidade de avançar”. A ação, segundo ele, devem ser urgentes e os protagonistas, as organizações sindicais. “Fomos determinantes para acabar com a ditadura, e devemos ser agora também. No Brasil tem que ter luta política cultural todos os dias. Não podemos abrir mão disso”, orienta.

Lula Livre

A explanação de José Dirceu foi seguida pela fala da coordenadora do Comitê Lula Livre no DF, Maria Fernanda Coelho. De acordo com ela, as pessoas já tinham “clareza do avanço do autoritarismo, desde Michel Temer”, e a maneira de frear isso é “conectando a liberdade de Lula com as outras lutas da classe trabalhadora”.

“A população africana só conseguiu se libertar do Apartheid quando entendeu que a prisão de Mandela era o pavimento para a segregação”, disse.

Assim como para José Dirceu, Maria Fernanda acredita que Lula Livre significa a luta contra a reforma da Previdência e todas as políticas absurdas de Bolsonaro.

Jornada Lula Livre

De 7 a 10 de abril, pelo menos 32 cidades do Brasil realizarão atos durante a Jornada Lula Livre. Neste mês de abril, completa 1 ano da prisão ilegal de Lula, preso político. No DF, a atividade será no dia 10 de abril, no Supremo Tribunal Federal.

Fonte: CUT Brasília

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