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96% das vítimas agredidas por ex com arma de fogo são mulheres

Elas ainda concentram a maioria das ocorrências de violência psicológica com arma. Especialistas alertam que decreto de posse de Bolsonaro pode agravar cenário

Mulheres são as maiores vítimas de agressões com arma de fogo cometidas por pessoas que elas tiveram ou tem algum tipo de relacionamento. 96% dos casos de ataques que envolvem casais foram contra mulheres. Ocorrências com companheiros (92%), namorados (90%) e ex-namorados (95%), de acordo com um levantamento da Gênero e Número feito com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Para especialistas, o cenário pode piorar com com o decreto de Jair Bolsonaro (PSL), que flexibiliza a posse de armas.

A pesquisadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Roberta Astolfi, explicou em entrevista ao Gênero e Número que “a agressão a mulher, em geral, acontece em casa, que acaba sendo o lugar mais perigoso para ela”

Os dados também mostram que as mulheres concentram a maior parte das notificações de violência psicológica envolvendo arma de fogo (93%), ocorrências com tortura (71%) e violência sexual (96%). Em casos de reincidência de agressão elas também são maioria (59%). A pesquisa não considerou homicídios, somente agressões registradas pelo Ministério da Saúde no Sinan.

Os números, que já são alarmantes, podem piorar com o decreto de Bolsonaro que flexibiliza a posse de arma no país. A pesquisadora doutora Wânia Pasinato, disse, ao Gênero e Número, que é muito perigosa a maneira com que Jair trata as questões acerca das mulheres.

“A ministra Damares Alves e as titulares da pasta têm uma visão moral sobre o lugar da mulher na sociedade que é desfavorável à proteção das mulheres e as coloca em um lugar de submissão, com foco no ambiente familiar. E é esse espaço que agora estará armado e que gera insegurança para elas”.

Para a coordenadora do Núcleo de Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem), Maria Matilde Alonso Ciorciari “as armas de fogo representam um risco para as mulheres. Por isso, a flexibilização [da posse de armas de fogo] é assustadora, já que o lugar mais perigoso para elas, dentro de casa, é onde a arma estará”, explicou em entrevista ao Gênero e Número.

Só em 2017, das 2.796 mulheres assassinadas com arma de fogo, 25% foram vítimas na própria residência, de acordo com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade do Ministério da Saúde.

Da Redação da Secretaria Nacional de Mulheres do PT com informações do Gênero e Número

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