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TST recusa pedido da ECT e garante reajuste de 3% para trabalhadores dos Correios

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) indeferiu o pedido da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) para considerar abusiva a greve dos trabalhadores e trabalhadoras da empresa, além de garantir reajuste salarial de 3% à categoria (a oferta da empresa era de 0,8%) e manter todas as cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) – com alteração na do plano de saúde – por mais dois anos. A decisão foi tomada na tarde desta quarta-feira (2), no julgamento do dissídio de greve impetrado pela ECT.

Para a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect-CUT), o resultado do julgamento mostra que a organização da categoria foi fundamental para os avanços conquistados, mas é necessário manter o estado de mobilização.

“A decisão é estratégica e dá um fôlego a mais para a luta da categoria contra a privatização dos Correios”, diz José Rivaldo da Silva, secretário-geral da Fentect-CUT, lembrando que o governo de Jair Bolsonaro (PSL) quer desmontar a empresa, com cortes de investimentos, planos de demissão voluntária para reduzir o quadro de trabalhadores e retirada de direitos da categoria para facilitar a venda para a iniciativa privada.

Em nota, a direção da Fentect lamenta “a perda do direito histórico de manter pais e mães no plano de saúde”. Para eles, isso é um “reflexo do terrorismo provocado pelo atual governo, que desrespeitou a categoria ao não discutir de maneira franca a situação das 100 mil famílias que dependem diretamente deste benefício”.

Dias parados

O TST também decidiu que os dias efetivamente não trabalhados em virtude da greve serão descontados e divididos em três parcelas mensais sucessivas. A greve foi realizada de 10 a 17 de setembro.

“Sabemos que numa guerra estamos sujeitos a ferimentos, mas este não é mortal. Vai doer um pouco, mas vai cicatrizar”, disse a presidenta do Sintect-DF (sindicato que representa a categoria), Amanda Corcino, em relação aos descontos. “Vencemos essa batalha, sim. Não a guerra, porque ainda precisamos lutar contra a privatização”, concluiu.

Luta contra a privatização

Segundo a Fentect, no dia 14 de outubro será instalada uma comissão nacional que terá a tarefa de fazer visitas diárias aos parlamentares, sensibilizando-os sobre os prejuízos da privatização dos Correios.

Em audiência pública na Comissão de Participação Legislativa nessa quarta-feira (2/10), a deputada federal Érika Kokay (PT-DF) garantiu a aprovação de uma moção de repúdio ao ministro da Economia Paulo Guedes, que chamou os trabalhadores dos Correios como gafanhotos, referindo-se às complicações do fundo de pensão da categoria, o Postalis.

“Se tem alguém que está sendo investigado e tem que responder por fraudes e ações temerárias em fundos de pensão, não somos nós. Quem se comporta como uma praga é esse governo, que acaba com tudo”, afirma a presidenta do Sintect-DF, Amanda Corcino.

Fonte: CUT Nacional, com CUT Brasília, Fentect e Sintect-DF

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