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Teses Etapa Distrital 5° CONJPT

No último dia 24 de Setembro se encerrou o prazo para entrega das teses distritais para o 5 Congresso da Juventude do PT, foram apresentadas duas teses: VOU À LUTA COM A JPT:POR UMA JUVENTUDE TRABALHADORA NO PODER! e O QUE ESTÁ EM JOGO NO 5º CONGRESSO DA JUVENTUDE DO PT?.

Seguem abaixo as duas teses:


Tese 1: VOU À LUTA COM A JPT: POR UMA JUVENTUDE TRABALHADORA NO PODER!


INTRODUÇÃO

“Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética.”

Ernesto “Che” Guevara

A Juventude do Partido dos Trabalhadores nasceu da necessidade de
organização dos jovens filiados ao partido, sempre pensando e buscando a sua
autonomia, voz e espaço interno no debate partidário, e na política nacional.
Durante os governos petistas a juventude pôde sonhar com dias melhores. A
educação foi prioridade e uma realidade durante os governos petistas, desde o
ensino básico ao nível superior e técnico. Nunca antes tantos recursos foram
empregados na educação, vários jovens puderam ser os primeiros em suas famílias
a terem um diploma de nível superior.
Além do investimento financeiro, foram implantados diversos projetos de
políticas afirmativas que facilitaram o acesso à educação de negras e negros, que
historicamente eram minoria nas universidades, dado o caráter elitista e excludente
da educação brasileira anterior a 2002. Além dos avanços na educação, diversas
leis ajudaram os jovens trabalhadores a ingressar no primeiro emprego, garantindo
seus direitos trabalhistas. Houveram também melhorias no acesso aos esportes e à
cultura. Essas foram marcas dos nossos governos. O céu era o limite para os
sonhos e aspirações da juventude brasileira.
Nos últimos anos, foram lutas prioritárias da JPT os enfrentamentos ao
golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff, a farsa na prisão de Lula e
consequentemente a sua retirada da disputa eleitoral de 2018. Retirada essa que
deu assim condições para a eleição do governo neoliberal e anti povo de Jair
Bolsonaro. Neste contexto recente, a JPT esteve irredutívelmente na defesa dos
interesses da classe trabalhadora, principalmente contra as políticas de retiradas de
direitos, cortes na educação pública, volta da miséria, carestia, aumento do
desemprego, genocídio e ecocídio promovidos pelo governo Bolsonaro.
A atual tragédia conjuntural mostra que é cada vez mais necessária uma
organização atuante, de massas e norteadora para que a juventude brasileira possa
combater o neoliberalismo e o bolsonarismo que tanto tem destruído o Brasil. Para
além disso, é necessária a construção de um governo que pense e coloque a classe
trabalhadora no centro do debate político novamente e dê condições de melhoria de
vida e de sonhar, como foram durante os governos petistas.
O presente e o futuro do país passam por essa organização e a Juventude
do Partido dos Trabalhadores tem o dever e as condições materiais para tal guinada
das lutas populares brasileiras. É imprescindível que a juventude realmente esteja
no centro do debate político, tanto internamente no partido, como fora, nos
movimentos sociais e de base, sindicatos e demais espaços de luta e afirmação. A
formação de quadros jovens oxigena as discussões e debates, processo esse que
historicamente fez parte da formação do Partido dos Trabalhadores e das
Trabalhadoras.


ANÁLISE DE CONJUNTURA


Na virada da década, o Brasil se encontrava em uma encruzilhada histórica
que ameaça violentamente a possibilidade de um futuro concreto aos jovens. Após
o golpe de 2016 as profundas contradições de classe de capitalismo dependente se
acirraram brutalmente. Isso implicou em uma ofensiva burguesa semelhante à de
1964, mas não falamos aqui apenas da ascensão ao poder de um grupo fascista
originado nas Forças Armadas, relacionado com os setores mais entreguistas de
nossa classe dominante e com o imperialismo. Nos referimos também à degradação
das condições de trabalho, a financeirização de nossa economia, a
desindustrialização e submissão de nossa política internacional, o empobrecimento
geral do povo, o desemprego, a destruição de direitos e a abolição de programas
sociais necessários à sobrevivência de muitos.
A juventude, naturalmente, se vê como a parcela da classe trabalhadora
mais afetada por esta conjuntura. As sucessivas contra-reformas trabalhistas e
previdenciárias contribuíram para a elevação do desemprego ao seu maior nível
desde a série histórica iniciada pelo IBGE em 2012, chegando a 14,7% em 2020,
segundo o Instituto. Os direitos de aposentadoria da atual geração considerada
jovem foram completamente pisoteados pela reforma previdenciária pensada pelos
grandes banqueiros e aprovada pelo governo de Jair Bolsonaro em parceria com
toda a direita liberal e setores do centro dentro do Congresso Nacional. Se o futuro
foi roubado, o presente também nos assombra. As garantias mais básicas ao
trabalho foram excluídas da vida dos brasileiros, relegados à precarização e
informalidade

O golpe burguês de 2016, que contou com a capitulação expressiva de
setores da esquerda e do próprio Partido dos Trabalhadores, abriu as portas para o
ciclo neoliberal mais agressivo de nossa história. O objetivo estratégico do fascismo
no Brasil, como sempre em sua história, é garantir pela força os privilégios da classe
que o sustenta e alimenta, a burguesia imperialista. Deixamos de ser um país com
possibilidades reais de soberania e reconhecimento econômico e internacional para
nos tornarmos um posto avançado dos EUA na América Latina. Setores produtivos
arrasados, volta do país ao mapa da fome, miséria e genocídio. Este é o país
deixado pelo governo do vírus, dos fuzilamentos na periferia e da violência contra
operários e camponeses de Jair Messias Bolsonaro.
A Comissão Pastoral da Terra verificou, no ano de 2020, que os conflitos
por terra no campo haviam chegado ao recorde de 2.054 ocorrências neste ano,
cerca de 25% dos casos estavam relacionados aos povos indígenas. É notório que
o setor atrasado e reacionário dos latifundiários permanece sendo central para o
governo Bolsonaro. O presidente genocida também é o responsável pelo maior
desmatamento desde 2008, segundo pesquisa do INPE e o Observatório do Clima
chega a notar que a destruição de fauna e flora chegou a um aumento absurdo de
70%.
Mais de 5 milhões de crianças e jovens permanecem sem acesso à
educação básica no Brasil, o pior resultado em 20 anos, segundo a Unicef em
estudo de 2021. O desmonte das universidades como pólo de produção de
conhecimento, emancipação e desenvolvimento nacional também foram alvos
destacados da política destrutiva da extrema-direita. Com os contingenciamentos de
Abraham Weintraub em 2019 e a eliminação de mais de 824 milhões de reais
destinados às federais na Lei Orçamentária para o exercício de 2021, fica clara a
tentativa de não deixar sobrar sequer ruínas da nossa educação nacional.
Nós entendemos que esta realidade sobre a qual conversamos agora não é
um mero acidente de percurso, incompetência de administradores ou parte do jogo
democrático. É fruto de uma crise capitalista, que se aprofunda e se alastra cada
vez mais, especialmente em países dependentes, como é o caso da nossa América
Latina. Não poderemos jamais reverter este quadro e construir um novo país e um
novo povo presos à institucionalidade da burguesia e domesticados pelo
imperialismo monopolista.
O apagamento do Partido dos Trabalhadores do cenário político nacional e
regional é parte de um plano levado a cabo pelo golpe de Estado, passando pela
operação Lava-Jato e a eleição geral de 2018, que pretende eliminar a esquerda da
política e submeter a classe trabalhadora a uma situação de irrelevância,
subserviência e superexploração. Acreditamos que nosso Partido e a nossa
juventude militante não podem permanecer como só mais um entre outros partidos
da ordem, nos dispondo a dar aval a este regime que segrega e assassina a
juventude brasileira. Nós da acreditamos que o PT deve levar a radicalidade da
mudança, da revolução, ao seu estágio mais avançado.
Nós compreendemos que a realização verdadeira de uma democracia não
se faz sem a realização do socialismo e sem a emancipação política e econômica
dos trabalhadores e das trabalhadoras. É por este partido que lutamos, pelo partido
do Manifesto de 1980, disposto a lutar em todos os campos e com todas as táticas.
Pelo partido que se tornou o maior núcleo de força da classe operária deste país.
Proclamamos, como jovens trabalhadores, que jamais faltaremos ao nosso
compromisso de avançar o Partido para transformar o Brasil, derrubando as
barreiras do capitalismo e erguendo a ponte para um futuro possível e melhor.
É do Partido dos Trabalhadores, em aliança com todos os setores dos
explorados, com a juventude da cidade e do campo, a obrigação e o dever de
capitanear o processo de derrubada do governo Bolsonaro-Mourão, reverter e
derrotar a herança maldita do golpe de Estado, refundar e reconstruir o Brasil. A
hora urge, o tempo está acabando, e se perdermos o bonde da história, certamente
não conseguiremos mais acompanhá-lo no futuro.


O GOVERNO IBANEIS ROCHA


A situação do Distrito Federal segue passo-a-passo a cartilha neoliberal do
governo brasileiro. Ibaneis Rocha, um elemento reacionário que deve sua
candidatura e eleição única e exclusivamente à quantidade de dinheiro que foi
capaz de desembolsar, aprofundou a situação caótica do Distrito Federal e tenta,
dia após dia, transformar nossas cidades em modelos de um país devastado por
sua classe dominante.
O caos na saúde e na educação acompanhado da profunda militarização do
ensino básico e desinvestimento em demais áreas educacionais, aliou-se a um
profundo estado de corrupção que perpassa todas as esferas do governo distrital. A
prisão de secretários e a nomeação de si mesmo para cargos de confiança expôs
ao ridículo para todo o povo brasiliense o regime golpista do playboy que ocupa o
Palácio do Buriti.
Ibaneis Rocha elevou a desigualdade social do Distrito Federal, que já
operava em um modelo de apartheid, a gentrificação e a violência, historicamente
conhecidos, a níveis nunca antes vistos. Cerca de 160.000 famílias vivem na faixa
da pobreza no DF, segundo estudos da Codeplan. O Distrito Federal registrou o
desgraçado recorde de aumento da pobreza no Brasil pós-pandemia, segundo o
IBRE – FGV, passamos de 12,9% de nossa população em situação de pobreza para
20,8%, ao passo que a extrema pobreza cresceu 4,1 pontos percentuais.
Desde o início, o Distrito Federal, especialmente em sua periferia e entorno,
convive com o que há de pior no tocante aos resultados da pandemia. Ibaneis
Rocha conduziu uma campanha de vacinação pífia e lenta, sacrificando a vida de
milhares de brasilienses pelos interesses do mercado. Não há qualquer esperança
de crescimento de um setor verdadeiramente produtivo ou ampliação da educação
de base e superior com o atual governo.

JUVENTUDES DESESPERANÇADA E SEM DIREITOS


As juventudes são as primeiras a sentirem os impactos das crises e são as
que mais sofrerão no futuro. Com o desmonte do Estado brasileiro e a retirada de
direitos, o segmento jovem foi o que mais perdeu emprego e renda. O Brasil do
retrocesso e do fascismo inaugurado com o golpe de 2016 fez com que se formasse
a “geração sem”, sem direitos, sem oportunidades, sem emprego, sem possibilidade
de estudo. Essas restrições, agravadas pela pandemia, foram estruturadas a partir
da nova relação do Estado com a juventude após os governos petistas e, embora
afetem a todas e todos jovens, demandam um olhar que considere o abismo de
classe, gênero e raça.
Os jovens que estão na informalidade são, em geral, os negros e os mais
pobres, vivendo jornadas exaustivas em situações precárias, como é o caso dos
entregadores de aplicativos. Além disso, considerar tais abismos nos permite
reconhecer as juventudes que têm maior dificuldade em dar continuidade a seus
estudos. Cerca de 35% das mulheres jovens desistiram de estudar por gravidez
e/ou devido à necessidade de trabalhar em casa e o ensino remoto excluiu 40% de
jovens negros por não possuírem computador em casa ou acesso à internet.
A juventude preta é também a que mais sofre com a violência social e com a
violência do Estado, levando-nos a uma realidade de genocídio da juventude negra.
Essa realidade nunca chegou a ser superada em nossos governos, de modo que
essa juventude jamais alcançou a condição plena de cidadania e hoje, com a onda
fascista, tem sua segurança e a sua vida ainda mais ameaçada.
Por sermos uma sociedade patriarcal, e acima de tudo machista, ao
decorrer do nosso crescimento nós nos acostumamos com a grande tendência de
serem homens a nos representar na maioria dos casos e cargos. Esta sociedade é
reflexo direto de anos de opressão, com poucos ou nenhum direito dado às
mulheres. Isso a partir da divisão do trabalho entre o feminino e o masculino,
restando à mulher o trabalho dentro de casa, que na grande maioria das vezes é
não remunerado, trazendo assim a subjugação da mulher pelo homem.
Nos tempos atuais, a mulher também é oprimida pelo capitalismo, que
explora a força produtiva de toda a classe com trabalhos cada vez maiores. Além
disso, jornadas duplas ou triplas, pois mesmo que a mulher tenha garantido a
liberdade de trabalhar fora de casa, o trabalho doméstico continua sendo uma
obrigação.
Dentro do ambiente político, a opressão não é diferente, visto que
atualmente a grande maioria dos deputados, senadores e prefeitos no Brasil são
homens. A política sempre foi vista como um espaço que não pertencia ao feminino.
Isso é notado desde as políticas públicas não eram feitas por ou para para mulheres
e tampouco no número de parlamentares mulheres. Nós deixamos que os homens
governassem da forma que achassem mais condizente com a sua realidade.
Desde o momento da criação do Partido dos Trabalhadores a presença da
luta feminina foi imprescindível para a construção trabalhista a favor da vida das
mulheres. Hoje podemos falar com muito orgulho que não só elegemos a primeira
presidenta mulher, mas também, como o nosso partido é presidido por uma
também. O Partido dos Trabalhadores abre espaço e fala para a batalha feminista,
isso se mostra claro desde o momento de construção do PT. Com influência de
grandes nomes para a construção do nosso partido, como o da ex-primeira dama
Marisa Letícia, que liderou a primeira grande passeata de mulheres em defesa dos
maridos presos pela ditadura militar.
Todavia a luta por direitos trabalhistas das mulheres ainda está muito longe
de terminar. Falta de espaço nos meios de intervenção e a atuação de mulheres
jovens nesse processo é de extrema importância. O mercado de trabalho no Brasil
não dá oportunidades para mulheres jovens, e quando dá é uma exploração intensa
do trabalho. Por isso, a juventude feminina se encontra em um ambiente em que ou
falta oportunidade ou é exposta à superexploração.
Precisamos incluir as mulheres jovens no topo no nosso planejamento
político e parlamentar, aumentando a luta por todas as mulheres de todas as
realidades. Colocar mulheres jovens no processo de construção política é também
investir em grandes quadros para o futuro do nosso partido.
Investir na análise de que as pautas de raça, etnia, gênero e sexualidades
são questões secundárias em relação ao debate entre capital e trabalho nos parece
um equívoco, assim como nos parece equivocado reduzir esses elementos centrais
e constituidores das relações sociais que vivemos no sistema capitalista a um mero
identitarismo liberal pequeno-burguês. As discriminações e violências que esses
grupos sociais experienciam tem conexão direta com o sistema capitalista. A
construção de padrões de normatividades sexuais, comportamentais, afetivas,
raciais e de gênero são pilares constituidores do sistema capitalista e também são
constituídos por ele, de forma recíproca. Compreender isso é também compreender
que para lutar contra esse sistema opressivo de exploração do trabalho é
imprescindível lutar contra todas essas violências que o constroem. A luta em favor
da classe trabalhadora que secundariza raça, etnia, gênero e sexualidades está
fadada ao fracasso.
Diante dos retrocessos, do desamparo, da falta de oportunidades e das
incertezas sobre o futuro, a juventude teve prejudicada a sua própria saúde mental.
Então é urgente voltar a esperançar, retomando conquistas e devolvendo o direito
das juventudes sonharem. É preciso disputar a juventude, os seus valores e as suas
representações. Para isso, é preciso organizá-las em torno de um projeto que
considere os valores socialistas, feministas, antirracistas, anti-LGBTfóbicos e torná-
las protagonistas no processo de construção do socialismo.
Os dados do Distrito Federal em relação à faixa etária que envolve
adolescentes e jovens, reflete a situação do país que não oferece oportunidade do
primeiro emprego a parcela da juventude, segundo a Pesquisa de Emprego e
Desemprego de maio de 2021, embora tenha tido uma redução entre maio de 2020
ao mês de maio de 2021 mês na taxa de desemprego de -3,9% na faixa etária de 16
a 24 anos, o número de jovens sem uma oportunidade de emprego é muito elevado,
cerca de 43%. É preciso um grande investimento em políticas públicas no país e no
DF, para disputar e dar pleno emprego à juventude.
RESISTIR PARA EXISTIR E FORMAR PARA TRANSFORMAR
A formação política e teórica deve ser a base da formação dos jovens
filiados e filiadas do Partido dos Trabalhadores. Como disse Lênin, “não há prática
revolucionária sem teoria revolucionária”. É extremamente necessário para a
disputa política estes conhecimentos, temas que vão em direção à conjuntura,
possíveis questões endêmicas do Distrito Federal e do Brasil, sempre tendo como
base o caráter socialista da JPT e do próprio partido.
Somente formando quadros com uma boa argumentação teórica e prática
política poderemos combater o fascismo e o neoliberalismo que a burguesia e a elite
brasileira tentam fomentar no Brasil. Os grupos de estudo e leitura são uma
importante ferramenta para a formação, levando sempre em consideração as
temáticas relevantes para a conjuntura do Distrito Federal e do Brasil. A
descentralização dos locais de discussão é tarefa necessária. Fazendo de forma
rotativa em todas as zonais do DF, em conjunto com os secretários de formação de
tais zonais, um projeto de formação continuada e permanente.

QUADROS JOVENS PARA GARANTIR O PRESENTE E FUTURO DO PT


O partido passa por uma crise geracional, é necessária uma renovação de
quadros, a continuidade do projeto do Partido dos Trabalhadores passa por essa
renovação. Muito mais que uma emergência eleitoral, é uma disputa de valores que
pode garantir a sustentação de um processo de transformação social. Quadros
jovens têm muito a contribuir para o debate e construção partidária. Por isso é
necessária uma visão realmente de formação e de espaço para estes quadros para
além do cumprimento para disputas internas. Só assim formaremos quadros que
assumirão com qualidade no presente e no futuro as tarefas de direção partidária,
em movimentos sociais e em cargos eletivos.
DESCENTRALIZAR A EDUCAÇÃO SUPERIOR DO PLANO PILOTO
A Universidade do Distrito Federal (UnDF) é uma luta do Movimento
Estudantil do DF há anos, espaço onde a JPT sempre esteve inserida. Finalmente o
projeto foi aprovado mas a primeira proposta é de alocação no Lago Norte, local
onde 70% da população possui formação no ensino superior. Essa proposta dificulta
o acesso à educação pública de jovens moradores da periferia e deve ser uma luta
contínua da juventude petista no DF. A descentralização do Plano Piloto é uma
reivindicação antiga, há campus da Universidade de Brasília em Ceilândia, no Gama
e em Planaltina. Eles partem da premissa de descentralização, mas não oferecem a
mesma gama de cursos que o campus Darcy Ribeiro, localizado no Plano Piloto,
oferece.
O ideal para o primeiro campus da UnDF seria localizá-lo no Centro
Administrativo de Taguatinga, espaço há anos sem uso e que ajudaria em parte a
descentralização do Plano Piloto. O local possibilitaria a locação de diversos cursos
das mais variadas áreas de conhecimento, e que os futuros campus sigam a mesma
lógica. Facilitando aos jovens do Distrito Federal o acesso à educação pública,
gratuita e de qualidade.


TAREFAS PARA 2022 E JUVENTUDE POR LULA PRESIDENTE

O próximo pleito eleitoral será extremamente importante para a manutenção
da democracia brasileira, e consequentemente para a eleição de um projeto
popular, que coloque novamente a classe trabalhadora no centro do debate político.
Para isso, é importante a derrota do neoliberalismo de Jair Bolsonaro e de Paulo
Guedes e o projeto antipovo e genocida, que ficou ainda mais escancarado durante
o período da pandemia da Covid-19. É preciso derrotar a autointitulada “terceira
via”, que não só defende o mesmo projeto, mas vota e aprova todas as pautas do
governo. Estes foram os agentes primordiais para a prisão de Lula e
consequentemente a eleição de Jair Bolsonaro em 2018.
A juventude deve ser o principal agente nessa disputa. A vanguarda das
lutas populares passa pelo envolvimento dos jovens brasileiros e a principal tarefa
deve ser a eleição de um projeto popular e inclusivo que consiga unir uma frente de
esquerda com a provável candidatura de Lula, que tem total condição de vitória no
próximo pleito. Para isso precisamos enfrentar o bolsonarismo e suas fake news, o
antipetismo que tanto tenta deslegitimar os avanços dos governos petistas que são
táticas da elite para tentar, como em 2018, derrubar a verdade e a vontade do povo.
Para que realmente a classe trabalhadora tenha um governo que lute e
defenda os seus interesses, é necessária não só a vitória na corrida presidencial,
mas também construir uma boa base no Congresso Nacional e no Senado Federal.
Não podemos depender das velhas conciliações para governar, dar a mão ao
centrão e à direita. Os seus projetos elitistas são como a fábula do jacaré
atravessando a cobra pelo rio, em algum momento o bote fatal vai ocorrer, como no
golpe sofrido pela presidenta Dilma em 2016. Portanto é dever do partido, e
consequentemente da sua juventude, a tarefa de eleger uma base parlamentar
forte, popular, renovada e plural. Somente assim é possível a mudança estrutural e
consequentemente a melhoria de vida dos trabalhadores e das trabalhadoras
brasileiros mais uma vez.
A juventude brasileira deve estar mais uma vez no centro do debate político.
Por isso é importante a criação de um comitê da juventude para a eleição de 2022
com foco nas candidaturas majoritárias do PT e com a possibilidade da
incorporação de partidos de esquerda, que se possivelmente se aliem ao PT, no
processo eleitoral. Em defesa de um projeto popular, inclusivo e em defesa da
classe trabalhadora.

Tese 2: O QUE ESTÁ EM JOGO NO 5º CONGRESSO DA JUVENTUDE DO PT?


Contribuição da Juventude Revolução do PT ao Congresso Estadual da Juventude do PT
A situação nacional, assim como a mundial, é explosiva. Em vários países, com suas particularidades,
ocorrem revoltas nas ruas, muitas das vezes atropelam as organizações tradicionais e questionam o sistema
como no Chile e Peru. Acelerada pela pandemia, a crise do sistema capitalista em podridão, usa desta
situação para avançar os ataques sobre os trabalhadores e a juventude. Não é diferente no Brasil, onde essa
podridão, representada pelo governo Bolsonaro, avança contra o povo e a soberania nacional, aumentando a
miséria da população.
Na juventude a situação é grave. Milhares estão sem estudar, fora das escolas, aumentando assim a
desigualdade social que vem protagonizada pelo desemprego que atinge 28,9% dos jovens. A evasão escolar
e o genocídio da juventude preta e pobre, representada na recente chacina no Jacarezinho, dão o tom da
realidade. Enquanto a juventude fica sem poder estudar, sem aulas presenciais, os governos aproveitam da
situação para aprofundar, mais ainda, a destruição dos serviços públicos. É o que vemos com a PEC 32 da
Reforma Administrativa, as privatizações dos Correios e Eletrobrás. Os cortes no orçamento da educação têm
impactado diretamente a assistência estudantil e os recursos necessários para adotar as medidas para a volta
às aulas presenciais com segurança como vacinação, testagem em massa, ampliação de salas de aulas,
contratação de novos professores etc.
As universidades correndo risco de fecharem as portas, colocam o futuro do país e a da juventude na
berlinda. Em relação à produção científica, o apagão do CNPq representa o descaso do governo, e a falta de
bolsas, que garantem a permanência dos estudantes nas universidades pelo país, tornam-se cada vez mais
escassas. O incêndio na Cinemateca representa exatamente o que esse governo, obscurantista, que sufoca a
arte, a vida e a juventude em nosso país, é. Os jovens que se lançam ao mercado de trabalho se deparam
com portas fechadas e sem direitos, o Congresso aprovou a Medida Provisória 1045/2021, que acaba com os
direitos trabalhistas, regulamentando a “uberização” do trabalho da juventude com a carteira verde-amarela. A
juventude se vê tendo que escolher entre o trabalho sem direitos ou o desemprego que bate recordes, tendo
a maior taxa dos últimos anos, segundo IBGE.
A crise institucional toma conta da vida política nacional, não como uma novidade, mas como decorrência da
podridão de um sistema que pavimentou o caminho de Bolsonaro ao poder, desde o golpe de 2016 e, depois,
com a prisão de Lula, impedindo que o povo pudesse, de fato, escolher seu presidente. São todos coniventes
e responsáveis pela crise que o país está mergulhado. Do judiciário ao executivo, todos têm responsabilidade
em relação à aventura autoritária de Bolsonaro e seus generais que sufocam o país sob a tutela militar. O
povo na fila do osso representa a realidade brasileira, da qual a juventude não quer mais suportar e, por isso,
retomou as ruas para não morrer nem de covid, nem de fome e nem da violência policial. Para o PT, a melhor
resposta à fome que assola ao país deve ser ajudando a organizar a luta para derrubar este governo, não
pode dispersar suas forças na arrecadação de alimentos. Não é função do partido esse tipo de assistência.
No Distrito Federal não é diferente. O governo de Ibaneis Rocha está em sintonia com o governo de
Bolsonaro e seus generais. As aulas presenciais nas escolas retornaram, porém da parte do governo não
foram tomadas as medidas necessárias para que os estudantes permaneçam na escola, muitos inclusive, se
veem num dilema entre largar a escola e trabalhar.
A JPT deveria atuar ajudando setores da juventude, a exemplo desse estudantil, a lutar por suas
reivindicações, contribuindo assim para o fortalecimento da luta pelo fim do governo Bolsonaro. Fortalecer a
luta por ensino presencial de qualidade, por bolsas estudantis, garantia da vacinação, testagem e EPI’s,
ampliação de linhas de ônibus entre outras reivindicações. É preciso organizar a luta em defesa de um ensino
que nos prepare para ingressar na UnB, no IFB ou na Universidade Distrital, esta última que deve ser
acessível a todos os estudantes do DF, em nível distrital e não apenas ao Lago Norte!


A retomada das ruas confirma: Ninguém aguenta mais! Fora Bolsonaro e seus generais!

Os recentes atos que tomaram conta das ruas foram, em sua maioria, protagonizados pela juventude. Assim
como um cartaz na Av.Paulista que afirmava “quem espera nunca alcança”, a juventude foi às ruas com o
desejo de derrubar Bolsonaro e todo seu governo. O recado foi claro: não podemos esperar até outubro de
2022 para dar fim a este governo, pois, quanto mais tempo Bolsonaro fica a frente do país, mais aumenta a
fome, miséria e a violência. A saída para essa situação virá do movimento dos trabalhadores e juventude nas
ruas.
Se os generais e o governo desfilam com tanques com ameaças golpistas e tentam intimidar o povo, é
preciso mais do que nunca responder com luta nas ruas! A tarefa que está colocada para a Juventude do
Partido dos Trabalhadores é a de organizar os jovens de norte a sul do país, para a derrubada deste governo.
Os mais de 100 pedidos de impeachment protocolados no Congresso, demonstram que não será dessas
instituições que virá a saída para a situação. O “centrão” carrega consigo o DNA da velha política, desde a
ditadura, do antigo Arena. A saída muito menos virá de uma aliança com golpistas e burgueses, ou num
“bloco democrático” como defende o PCdoB, ou de uma frente amplíssima, com PSDB e bolsonaristas
arrependidos de última hora. A verdadeira saída está nas ruas, com a força do povo. E, ela recoloca no
debate o caminho da convocação de uma Assembleia Constituinte Soberana, que permita, não só revogar os
ataques que nos foram impostos de Temer a Bolsonaro, mas fazer as reformas que não foram feitas nos 13
anos de governos do PT. Isso significa refundar as instituições do país que defendem os interesses das elites
e do imperialismo e não as demandas mais profundas da juventude e do nosso povo de justiça social e
soberania nacional.
É assim que acabaremos com a tutela militar, referendada no art.142 da Constituição, que dá às Forças
Armadas o poder de garantir a lei e a ordem, acima de tudo e todos. É uma ameaça constante à soberania
popular que deve ser extinta através de uma Constituinte. Essa tutela, que não é questionada nem pelo STF,
muito menos pelo Congresso, se apoia na Constituição para controlar a vida política do país. Os militares se
colocam acima do bem e do mal e ameaçam o povo, que cada vez mais percebe que, assim como todo o
governo Bolsonaro, são responsáveis pelas mortes na pandemia e fazem parte da podridão do sistema. É
assim que desmilitarizaremos a polícia militar brasileira, entulho vivo dos tempos da ditadura, que pronta para
guerra, invade favelas, comunidades e casas, matando, principalmente, a juventude preta e mais pobre do
país.


Por uma Juventude do PT autônoma


A juventude que tomou as ruas pelo país, não precisou e nem pediu autorização de ninguém. Quando muitos
ainda defendiam que era preciso “ficar em casa”, manifestações tomavam conta das ruas. Esse espírito
independente, que não espera ordem ou autorização, é o espírito de uma verdadeira juventude autônoma.
A autonomia não são cotas para servir de massa de manobra nos PEDs. Nem deve ser apenas um artigo a
ser votado ou referendado no congresso. A autonomia deve se tornar a forma real de como a JPT deve se
organizar e decidir agir, ter finanças próprias, mobilizar e buscar os meios de ganhar os setores jovens que se
colocam em movimento contra esse governo; seja no movimento estudantil, seja na própria luta por
reivindicações da juventude, nos bairros e comunidades pelo país.
Os jovens que vem ao partido precisam ter uma real organização de juventude, que aja e represente os seus
sentimentos. Que possa lutar agora para por abaixo o governo, sem ter que esperar a próxima eleição em
2022 como defendem alguns dirigentes do partido. Isso só dá tempo a Bolsonaro para armar sua tropa e, de
outro lado, à burguesia, capacho do imperialismo, para encontrar sua terceira via para as eleições.
O que se viu nas ruas foram milhares de jovens buscando uma saída pela resistência. A disposição que se
viu nas ruas, que existe nas comunidades, e amplos setores jovens é o terreno para construir uma verdadeira
organização autônoma de jovens que seja capaz de andar com suas próprias pernas, a fazer sua própria
experiência, errando e acertando. É inaceitável o atropelo da Sorg Nacional, apoiado por certos dirigentes da
JPT, que impôs modificações no regimento do V Congresso da JPT, passando por cima do que vinha sendo
acordado ali como, por exemplo, a realização de etapas presenciais desse fórum da juventude petista.
Queremos ter uma verdadeira organização política de jovens que seja capaz de ajudar a juventude brasileira
a construir uma saída junto com o povo e os trabalhadores para a atual situação do país levando, até o fim, o
combate ao governo Bolsonaro que alimentará as mudanças radicais a serem feitas no país.
É o nosso futuro que está em jogo. O V Congresso da Juventude do Partido dos Trabalhadores precisa se
colocar à altura dos desafios.


Ninguém aguenta mais. Fora Bolsonaro e seus generais!

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