Governadores cobram ação do governo Bolsonaro para conter variante Delta
Em carta dirigida ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o Fórum Nacional de Governadores expressou preocupação diante do risco real de o Brasil viver uma piora da pandemia do Covid-19 devido à circulação da variante Delta do SARS-Cov-2 no território nacional. No documento, assinado pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), os gestores estaduais cobram uma ação coordenada do governo federal diante da situação e pedem providências imediatas de apoio ao estado do Rio de Janeiro, onde cerca de metade dos novos casos da doença se deve à variante identificada em outubro na Índia.
O temor dos integrantes do Fórum é que a falta de ação agora leve a “uma catástrofe de proporções ainda mais graves no futuro próximo, caso o atual ritmo de transmissibilidade da variante Delta não seja contido em tempo hábil”. “Os Governadores expressam preocupação com a eventual terceira onda, resultando em aumento do número de óbitos e infectados no País, que teria o Rio de Janeiro como principal epicentro de disseminação da nova variante, a qual vem apresentando a característica de ser 100% mais contagiosa do que a cepa originária e 30% em relação à variante P1, conforme asseveram especialistas em infectologia”, afirma um trecho do documento.
Em nota separada à imprensa, Wellington Dias informou que a presença da variante Delta foi abordada em reunião com Queiroga, mas falta integração nas ações. “O Comitê Científico do Nordeste emitiu nota alertando aos governadores e prefeitos para implementarmos um conjunto de ações para evitar agravamento e já estamos trabalhando, mas precisando de mais apoio. A falta de uma integração maior leva a mais mortes e mais pacientes sequelados. Não faz sentido seguir excluindo os estados e municípios do Comitê Nacional”, disse o governador.
Ele também lamentou os obstáculos que têm sido colocados para a importação e aplicação de 37 milhões de doses da vacina Sputmik V negociadas pelos governadores. “Não entendo a atitude de mais e mais dificuldades para ampliar mais vacinas para mais vacinação. Devemos apoiar a Fiocruz para mais rapidamente ter IFAs aqui produzidos e já em produção, para autonomia na produção de vacinas. Precisamos liberar importação e uso da vacina Sputnik V, considerada em estudos de alta eficiência para conter a variante Delta.”
Leia a íntegra da carta enviada a Marcelo Queiroga
Senhor Ministro,
Cumprimentando-o cordialmente, os Governadores dos Entes Federados brasileiros dirigem-se a V.Exa. para solicitar providências do Ministério da Saúde no sentido do provimento de assistência subsidiária a ser dirigida ao Estado do Rio de Janeiro, por meio da alocação de vacinas suplementares destinadas a sua população, tendo em vista o aumento significativo do número de casos de contaminação pela variante Delta da Covid-19, configurando ameaça não apenas ao enfrentamento da crise sanitária fluminense, mas também aos esforços de vacinação em todo o território nacional, que mantém com aquele Estado vínculos estreitos de intercâmbio.
A esse respeito, os Governadores expressam preocupação com a eventual terceira onda, resultando em aumento do número de óbitos e infectados no País, que teria o Rio de Janeiro como principal epicentro de disseminação da nova variante, a qual vem apresentando a característica de ser 100% mais contagiosa do que a cepa originária e 30% em relação à variante P1, conforme asseveram especialistas em infectologia.
Manifestam, por conseguinte, a expectativa de que ações imediatas levadas a cabo por esse Ministério sejam neste momento destinadas ao referido Estado, de modo a evitar uma catástrofe de proporções ainda mais graves no futuro próximo, caso o atual ritmo de transmissibilidade da variante Delta não seja contido em tempo hábil.
Certos de contar com a prestimosa atenção de V.Exa., renovam os votos de elevado apreço e distinta consideração.
Atenciosamente,
WELLINGTON DIAS
Governador do Estado do Piauí
Coordenador da temática Estratégia para vacinação contra Covid-19
Fórum Nacional de Governadores
