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Por que as panelas batem?

Por Wilmar Lacerda*
Tenho pensado muito de como chegamos a esse abismo social. Como pode uma democracia que julgávamos sólida e evoluída como a do Brasil possibilitar que alguém tão despreparado chegasse ao poder? No que pecamos? Por que a classe média, que apostou na extrema direita, agora bate tambores pela moderação? Quais as fragilidades de nossa democracia? Quem vai de fato pagar o pato? Os empresários que produziram e distribuíram os bonecos ou a classe trabalhadora? São muitas indagações!

Depois da crise da saúde humanitária produzida pelo novo coronavírus, tudo está se transformando rapidamente. As paixões se vão e a realidade toca na alma. Não cabe mais ódio no seio da sociedade diante da evidência de tanta incompetência para conduzir o país no enfrentamento de seu maior drama social das últimas décadas!

A classe média e os ricos se viram desafiados em seus direitos básicos de saúde e liberdade, coisa que os pobres sempre enfrentaram O vírus desafiou a ciência que mantinha estável a evolução da humanidade. Nos coloca em situação de igualdade social, combatendo preconceitos e desafiando a desigualdade social. Estamos vivendo um novo tempo! O tempo do medo; mas também o tempo de pensar no coletivo para salvar a todos. O tempo do isolamento social para unir e salvar a humanidade da maior catástrofe do século. Não se trata de terror, muito menos de uma guerra. Trata-se de um vírus que corrói as células dos humanos e desafia o planeta terra.

De uma coisa tenho certeza, o vírus despertou um sentimento coletivo para os perigos de um governo desastroso na gestão dos recursos disponíveis!

Por isso, não pergunte por que as panelas batem. Elas batem para nos acordar e nos motivar. E não pergunte por quem elas batem. Elas batem por você por todos nós.

A sociedade grita e panelas batem por um mundo melhor!

Wilmar Lacerda é ex Secretário de Administração do GDF e atual chefe de gabinete da Liderança do PT no Senado.

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