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Bancada do PT explica por que é contra o voto impresso

Proposta de voto impresso serve apenas para tumultuar o processo eleitoral e, se aprovada, dará ainda mais chances para Bolsonaro questionar resultados das urnas

Em programa exibido pela TVPT, a presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), e representantes da bancada petista na Câmara explicaram por que o PT fechou questão, tanto no Diretório Nacional quanto na Bancada, contra o voto impresso.

Gleisi ressaltou que Jair Bolsonaro defende o voto impresso apenas para tumultuar as eleições, diante do derretimento de sua popularidade. “Bolsonaro vem com essa história para criar tumulto, questionar o sistema e justificar a possibilidade de sua não eleição. Para questionar a eleição de qualquer um que não seja ele. Não podemos deixar esse tipo de ação avançar porque o que Bolsonaro quer mesmo é que não tenha eleição. O sonho dele é permanecer na Presidência usando dessa escalada autoritária e ameaçando o Brasil de golpe”, alertou a deputada.

Em seguida, Gleisi citou as razões pelas quais não faz sentido apoiar o voto impresso, que costuma ser apontado por Bolsonaro como o único voto que é possível auditar, o que é mentira. “As urnas eletrônicas são auditáveis. Os partidos políticos acompanham a instalação do sistema, e a urna eletrônica não é ligada a nenhum sistema central. Ela tem uma programação, única para todas as urnas, que é aprovada pelos partidos políticos e pelo TSE. Só depois (da votação), a urna é conectada ao sistema central, para passar o resultado.”

Mais pontos para causar tumulto

Líder da Minoria, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) chamou a atenção para a inconsistência dos argumentos dos bolsonaristas, que defendem, nas próximas eleições, que as urnas, além de registrar os votos eletronicamente, também os imprimam. Segundo Chinaglia, essa medida apenas dará mais chances de se tumultuar o processo, porque haverá mais elementos a serem questionados.

“Se o software do voto impresso pode ser viciado, segundo eles, então o software do voto impresso também pode ser viciado. Então, se jogam a dúvida hoje em cima de um único equipamento, poderão jogar sobre o que vai imprimir. E, depois, vão também questionar a apuração (caso seja pedida a contagem dos votos impressos)”, avaliou Chinaglia, que integra a comissão especial que analisa a PEC 135/19, sobre o tema.

O deputado lembrou ainda que uma eventual contagem dos votos impressos tornará as eleições ainda mais inseguras, especialmente em regiões distantes, onde nem todos os partidos têm como fiscalizar, e em áreas controladas por traficantes e milícias. “Imaginem toneladas de papel em cima de mesas, em um território de milícias, nos rincões do país”, observou Chinaglia, para quem a proposta deve ser derrotada já na comissão especial.

Por sua vez, o deputado Odair Cunha (PT-MG) ressaltou que a proposta de impressão traz mais insegurança ao sistema eleitoral, porque traz de volta a possibilidade de manipulação física dos votos. “O grande avanço do voto eletrônico no Brasil foi exatamente retirar a manipulação feita por milhares de pessoas que contavam manualmente os votos. Nós eliminamos isso com a adoção do sistema de voto eletrônico”, disse.

O programa PT Na Câmara, da TVPT, foi ao ar na segunda-feira (12), com mediação do líder do Partido dos Trabalhadores na Casa, deputado Bohn Gass (RS). Os convidados também debateram outros pontos importantes do sistema eleitoral brasileiro, como a participação das mulheres no Parlamento e a proposta do Distritão, que ameaça tornar as casas legislativas do país ainda mais fechadas à renovação e à diversidade. Para assistir, basta clicar no vídeo abaixo.

pt.org.br

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