Internacional

Peru: Castillo ultrapassa Keiko Fujimori e se aproxima de vitória histórica

Em disputa acirrada, candidato da esquerda tira vantagem de Keiko Fujimori e lidera com apenas 34 mil votos à frente

Com 94,3% das urnas apuradas, o candidato da esquerda Pedro Castillo, do Peru Livre, ultrapassou sua opositora, a ultradireitista, Keiko Fujimori, do Força Popular, na disputa pela presidência do Peru com uma vantagem, até aqui, de 34.192 votos (8.418.299 a 8.384.107). A ex-deputada e filha do ditador Alberto Fujimori tem 49,9% dos votos, ante 50,1% do professor e líder sindical, que assumiu a liderança nesta reta final com a contagem dos votos das zonas rurais e do interior do país. 

Nestas regiões o apoio ao candidato de esquerda é expressivo, e a avaliação é que a virada histórica o consagre presidente nos próximos minutos. A cada atualização das atas processadas, a diferença entre os dois presidenciáveis vinha diminuindo. Nas primeiras horas de apuração após a eleição deste domingo (6), por volta das 23h30 no Peru – 1h30 desta segunda (7) no horário de Brasília –, Keiko estava à frente com 6 pontos percentuais de vantagem. 

De acordo com informações do Opera Mundi, cerca de 24 milhões de peruanos estavam convocados para retornar às urnas neste domingo. Ao todo, 17,4 milhões participaram da eleição, o equivalente a 76,8% do total apto. Assim, se superada, a filha do ex-ditador reprisará o mesmo cenário das eleições de 2016, quando foi derrotada por Pedro Pablo Kuczynski, conhecido como PPK, por uma diferença de votos de 0,24%, pouco mais de 41 mil, segundo levantado pelo Giro Latino

O que está em jogo

À época, os apoiadores de Fujimori questionaram a lisura do sistema eleitoral, como deve se repetir neste pleito. O segundo turno das eleições presidenciais peruana foi marcado pela campanha ultradireitista por métodos similares aos de outros candidatos do espectro da extrema direita pelo mundo. Houve apontamentos de suposta fraude eleitoral e associação de Pedro Castillo ao “comunismo”. 

Durante a disputa, Keiko Fujimori apostou no discurso de reconciliação com os erros do passado, garantindo que irá respeitar os marcos democráticos. Mas levando os conservadores de volta ao poder. Essa é ainda a terceira vez que a candidata sai em disputa, podendo se tornar a primeira presidenta mulher do Peru. O candidato da esquerda, por outro lado, ataca o modelo neoliberal adotado no país e defende uma nova Constituição no lugar da atual, promulgada durante a ditadura de Fujimori. Com apoio de setores populares e das áreas andinas e rurais, se eleito, o esquerdista poderá ser o primeiro representante peruano diretamente ligado ao povo. 

Fonte: Rede Brasil Atual

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