Distrito Federal

Defensores dos animais se mobilizam contra PL que torna vaquejada em esporte; PT DF tem intensa militância em defesa dos animais

Tramitam na Câmara dos Deputados projetos com o objetivo de transformar vaquejadas e rodeios em esportes. Segundo defensores dos animais, as propostas vão legalizar maus-tratos contra bois e cavalos durante as provas. Mais de 200 instituições e parlamentares estão mobilizadas contra as propostas.

Dois textos estão na pauta da Comissão de Esportes. O Projeto de Lei (PL) 2.452 foi proposto pelo deputado Efraim Filho (DEM-PB) e o PL 7.624, é de autoria do ex-deputado Milton Monti, atual secretário de Governo de Barueri (SP).

Militância petista pelos direitos animais

O Partidos dos Trabalhadores do DF tem intensa militância pela defesa e direitos dos animais. Eles atuam na proteção, resgatando cães e gatos do abandono e maus-tratos, lutam pela preservação da vida silvestre e pelos direitos dos animais a viverem uma vida digna e sem sofrimento. Essa militância agora começa a se reunir em torno da criação de um novo setorial no PT: o dos direitos animais.

“O momento é mais do que oportuno”, diz Vanessa Negrini, conhecida como Vanessa é o Bicho, primeira suplente da deputada federal Erica Kokay (PT-DF) e coordenadora da comissão pró Setorial de Direitos Animais do PT. Ela está à frente das mobilizações nacionais contra os PL2452 e 7624.

“Com o Governo Bolsonaro, nunca tivemos tantas ameaças aos direitos animais no Brasil. Com aval do Palácio, tramitam na Câmara dos Deputados diversos projetos que tentam desmontar as poucas leis protetivas existentes, entre eles os PL2452/11 e 7624/17, já na pauta para apreciação conclusiva da Comissão de Esportes. Esses projetos tornam a vaquejada e o rodeio em atividades desportivas e culturais, o que representa um claro retrocesso para os animais”, esclarece.

Em 2013, o Supremo Tribunal Federal já havia declarado que vaquejada, rodeio, prova do laço e outras atividades envolvendo sofrimento aos animais, são incompatíveis com a ordem constitucional, pois violam o princípio da dignidade animal e a regra da vedação da crueldade, da Constituição da República.

Ao todo, estão articuladas mais de 200 entidades de defesa dos direitos animais e comissões de proteção animal da Ordem dos Advogados, além de parlamentares que apoiam a causa. Nesse sentido, o PT conta com a atuação do deputado federal Nito Tatto (PT-SP).

“Criamos a campanha: não vamos levar o sangue e a tortura para o esporte”, disse Vanessa. “Em pleno século XXI não podemos permitir que sofrimento, dor e crueldade sejam confundidos com esporte”, defendeu a petista defensora dos animais.

“Se coloque no lugar do boi, da vaca, do bezerro, que nessa tortura acaba tendo seu rabo arrancado, a pata quebrada. Temos que lutar contra os maus-tratos aos animais”, defendeu o deputado federal Nilto Tatto durante a votação da matéria na Comissão do Meio Ambiente.

“Mobilizamos ativistas e militantes petistas pela causa animal em todo o Brasil com uma forte campanha nas redes sociais. Organizamos um abaixo-assinado que já está com mais de 130 mil assinaturas, o que mostra que a sociedade está evoluindo para abolir práticas cruéis contra animais, mesmo aquelas que antigamente eram vistas como cultura ou esporte.”, conta Vanessa.

Para assinar o manifesto contra a vaquejada é só clicar no link http://chng.it/28ydfZBmSF.

Crueldade intrínseca

Maus tratos intensos a animais são inerentes às vaquejadas, indissociáveis delas, pois, para derrubar o boi, o vaqueiro deve puxá-lo com força pela cauda, após torcê-la com a mão para maior firmeza. Isso provoca luxação das vértebras que a compõem, lesões musculares, ruptura de ligamentos e vasos sanguíneos e até rompimento da conexão entre a cauda e o tronco (a desinserção da cauda, evento não raro em vaquejadas), comprometendo a medula espinhal. As quedas perseguidas no evento, além de evidente e intensa sensação dolorosa, podem causar traumatismos graves da coluna vertebral dos animais, causadores de patologias variadas, inclusive paralisia, e de outras partes do corpo, a exemplo de fraturas ósseas. Os corcoveios dos animais exibidos em rodeios também resultam em enorme dor, não só pelas esporas que castigam o pescoço e baixo-ventre, mas também pelo “sédem”, artefato amarrado e retesado ao redor do corpo do animal, na região da virilha, tracionado ao máximo no momento em que ele é solto na arena. Não há possibilidade de realizar vaquejada ou rodeios sem maus-tratos e sofrimento profundo dos animais.

Setorial de Direitos Animais do PT

Desde de fevereiro desse ano, um grupo de militantes petistas, ativistas da causa animal, se reuniram para a criação do Setorial de Direitos Animais do PT. O grupo elaborou um manifesto com princípios e diretrizes para fomentar o debate interno dentro do PT sobre os direitos animais. O documento já conta com 528 assinaturas de filiados e simpatizantes em 16 estados. Alguns parlamentares do PT também já assinaram o manifesto, se comprometendo a atuar dentro e fora de seus mantados para defender os direitos animais.

A presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, já assinou. Assim como o senador Humberto Costa, as deputadas Erica Kokay e Arlete Sampaio; os deputados federais Nilto Tatto, Zeca Dirceu, Alexandre Padilha, Paulo Pimenta; o senador Rogerio Carvalho; o deputado estadual Arilson Chiorato; e o vereador Leonel Radde.

Filiados e simpatizantes também podem assinar pelo link https://forms.gle/5LwG7ZkRqUYzf1id7

Vanessa Negrini com a presidenta Gleisi na assinatura do manifesto pela fundação do Setorial de Direitos Animais do PT. A deputada também é vegetariana

Com a deputada Erika Kokay e a ompanheira Francimary Pinheiro, integrante do Setorial, na assinatura para fundar o Setorial em defesa dos animais
A deputada Arlete Sampaio com a ativista Vanessa Negrini e a companheira Olga Freitas, também assinou para a criação do Setorial em defesa dos bichinhos

PT DF

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