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Após greve de 24h, rodoviários mantêm mobilização por vacinação contra Covid-19


Na linha de frente em meio à pandemia, a categoria, que conta com 12 mil profissionais, já contabiliza 31 óbitos pelo vírus, além de inúmeras contaminações

“Seguiremos lutando pela inclusão imediata da categoria no plano de vacinação e, se preciso for, providenciaremos outros meios de manifestação”, afirmou o presidente do Sindicato dos Rodoviários do DF, Jorge Farias, após paralisação total da categoria na segunda-feira (3).

Desde o início da pandemia, a entidade sindical tem pressionado o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), pela vacinação das rodoviárias e dos rodoviários contra a Covid-19, mas sem avanços. Na linha de frente em meio à pandemia, a categoria, que conta com 12 mil profissionais, já contabiliza 31 óbitos pelo vírus, além de inúmeras contaminações.

Sem perspectivas de um posicionamento positivo do governo, na última segunda, as trabalhadoras e os trabalhadores realizaram greve de 24 horas. Nenhum ônibus do sistema de transporte público circulou na capital federal.

“A proposta do GDF é de vacinação dos rodoviários com comorbidades, mas o que precisamos é da vacinação imediata de toda a categoria, que está na linha de frente em meio à pandemia”, disse o sindicalista.

Embate judicial pelo direito de greve

A mobilização da segunda-feira foi grande, deu o recado de urgência da imunização, mas precisou enfrentar a perseguição do Governo do DF (GDF), que tentou, a todo custo, impedir a paralisação legítima e garantida pela Constituição Federal de 1988.

Na sexta-feira (30/4), veículos de comunicação já anunciavam a paralisação. Naquele mesmo dia, representantes das rodoviárias e dos rodoviários se reuniram com o GDF para debater a inclusão da categoria no plano de vacinação. Como não houve consenso entre as partes, a categoria optou pela greve.

Já no sábado (1º), o Sindicato dos Rodoviários do DF foi surpreendido com decisão judicial do presidente do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), Pedro Matos de Arruda, que considerou a paralisação abusiva e ilegal. A liminar impunha ainda multa de R$ 1 milhão à entidade sindical caso a greve fosse realizada.  

“Uma decisão ditatorial. Como a justiça comum se mete em greve que é um direito constitucional e tenta nos intimidar com um valor tão alto, que pode, inclusive, fechar sindicato?”, questionou Jorge Farias.

Diante da decisão judicial, o serviço jurídico do Sindicato foi acionado e cassou a liminar da justiça. Na noite do domingo (2), a desembargadora Sandra De Santis, do TJDFT, reconheceu o direito de greve das trabalhadoras e dos trabalhadores e suspendeu a determinação que impedia a mobilização.

“Essa não é a primeira vez que temos que lutar pelo nosso direito de greve. No governo Rollemberg também travamos embates e, agora, no governo Ibaneis, não tem sido diferente. Isso mostra o descaso do governo com a categoria e a tentativa de buscar outros meios para tirar a responsabilidade de si. Seguiremos em luta”, disse Jorge Farias.

CUT DF

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