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Um guia para conhecer as aves do Cerrado

Trata-se de um guia de bolso, excelente para a identificação das aves, também muito útil em caminhadas e trilhas. O trabalho foi coordenado por Renato Rizzaro e Gabriela Giovanka e reúne um acervo fotográfico desenvolvido segundo semestre de 2014.

Por Chico Sant’Anna. Fotos de Renato Rizzaro

Nesses tempos de isolamento social, muita gente tem se dedicado a contemplar a natureza, conhecer novas plantas, árvores e, principalmente, as aves. Em localidades como Brasília, onde a vegetação ainda é farta, apreciar a beleza e diversidade das aves que por aqui gorjeiam é bastante prazeroso.

E para facilitar esse trabalho – ou melhor esse prazer – acaba de ser lançado o Guia das Aves do Cerrado. Indispensável para quem deseja aventurar-se pelas veredas tropicais, ou mesmo alongar o olhar de suas varandas ou janelas e identificar um pouco da sua riquíssima avifauna.

Trata-se de um guia de bolso, muito útil em caminhadas e trilhas, além é claro das expedições de observação de aves. O trabalho foi coordenado por Renato Rizzaro e a pesquisa é de Gabriela Giovanka. É Renato quem conta como foi a aventura de captar as fotos que ilustram esse trabalho.

No segundo semestre de 2014 realizamos a quarta etapa de nossas expedições aos biomas brasileiros. Foi a vez do Cerrado, com trilha sonora de Milton Nascimento, especialmente a música “Avá Canoeiro”, que nos acompanhou até Aruanã. Partimos de Santa Catarina e fomos até o Parque Nacional das Emas, em Chapadão do Céu, Goiás.

Chifre-de-ouro na savana

“Um espetáculo inesquecível! Corazolla também nos guiou até o uirapuru-laranja 

Guiados por nossa amiga, Ana Rosa Santos Corazolla, da Ecorotas, tivemos o prazer de presenciar um balé/ritual desse raro beija-flor. Dois deles voavam ora em linha reta e de trás para frente, ora desenhavam o símbolo do infinito no mesmo plano do solo e nem se importavam com a nossa presença. Um espetáculo inesquecível! Corazolla também nos guiou até o uirapuru-laranja e o peixe-frito-pavonino. Momentos mágicos, que nos deram prazer e muitos carrapatos.

Ficamos absolutamente parados e adivinhe só quem aparece a um braço de distância da gente? Só pra dizer “Voltem, amigos!” Sim, ele! O meia-lua-do-cerrado! 

O encontro com o meia-lua-do-Cerrado

Na despedida da Serra da Canastra fomos convidados a conhecer uma das obras do Zé Maria, nosso guia em São Roque.

O Zé só avisava “quem sabe, poderão topar com o meia-lua”. Ave esplêndida, era uma das primeiras de nossa lista de desejos. Pois bem…

O sol pegava forte e nosso guia soltou o playback (gravação usada como base para atrair aves) num dos lados do vale, só pra testar. Caminhamos mais um tanto, mais playback e nada.

Persistente, Zé Maria esperou um momento e, de quebra, nos ensinou um bocado sobre as plantas do local. E dá-lhe playback e… nada de passarinho.

O sol esquentando, os mosquitos atacando, ficamos sem água, tostados, mas na esperança de ver o bichinho. E aquele silêncio fuliginoso. Subimos, descemos, até que de repente uma resposta ao playback bem fraquinha vem do outro lado do vale, por onde já havíamos passado umas três vezes. Subimos e descemos mais uma vez, tocamos o playback e… Silêncio total.

Amarelos de sede e fome, Zé Maria dá o veredito: tá legal, tentamos o que deu, o bicho não vem, vambora… Cabisbaixos subimos o barranco novamente e quando estávamos passando pelo arame da cerca, eis que escutamos novamente aquele chamado fraquinho, vindo lá do fundo do vale. Ficamos absolutamente parados e adivinhe só quem aparece a um braço de distância da gente? Só pra dizer “Voltem, amigos!” Sim, ele! O meia-lua-do-cerrado! Rolos de filme foram feitos em closes estupendos e poses escandalosas.

Uma expedição cheia de belas surpresas

Em busca das aves do Cerrado chegamos ao Parque Estadual Terra Ronca, no município de São Domingos, região nordeste de Goiás, que abriga um dos mais importantes conjuntos espeleológicos da América do Sul.
Caminhando no topo da caverna principal fomos abordados por um bando das raríssimas e ameaçadas tiriba-de-pfrimer. E dá-lhe foto no contra-luz!

Fotógrafos convidados

Somos gratos a todos que nos apoiaram nesta expedição que resultou no poster e agora neste Guia das Aves do Cerrado, a quem dedicamos nossos agradecimentos, em especial à Gislaine Disconzi e aos fotógrafos convidados: Aline Patrícia (petrim), Edson Endrigo (pato-mergulhão), Guilherme Freitas (lenheiro-da-serra-do-cipó e pedreiro-do-espinhaço), João Quental (beija-flor-de-orelha-violeta, fruxú-do-cerradão e mineirinho), Margi Moss (cardeal-do-araguaia) e Ricardo Mendes (cisqueiro-do-rio).

E se você, assim como nós, é apaixonado por aves e quer conhecer mais sobre as espécies do Cerrado, adquira já o seu guia. Ele pode ser usado também como ferramenta em aulas de educação ambiental nas escolas. Como temos feito nos guias das aves da Floresta Atlântica, Pantanal e Costeiras, utilizamos as informações e imagens dos posters atualizadas e revisadas. O tratamento das imagens e o formato também seguem o mesmo padrão dos outros guias, assim como os posters.

O Guia das Aves do Cerrado e todos os outros cinco já produzidos podem ser comprados na Loja do Passarinho.

Gosta de aves?
Temos aqui no blog 54 outras aves comuns à Capital Federal.

Clique no enlace e confira: https://chicosantanna.wordpress.com/2021/04/14/um-guia-para-conhecer-as-aves-do-cerrado/

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