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Governo Biden coloca em xeque futuro de Ernesto Araújo como chanceler

Carolina Marins
Do UOL, em São Paulo

Joe Biden, eleito novo presidente dos Estados Unidos, toma posse no próximo dia 20. Com ele, chega a incerteza de como o Brasil comandará a sua política externa nos próximos anos. O chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, é o expoente de uma política alinhada a Donald Trump. Com a saída do aliado do poder no país vizinho, o ministro pode não sobreviver ao cargo.

Após os frequentes ataques de Jair Bolsonaro (sem partido) ao novo presidente americano, será preciso um sinal de paz se o país quiser continuar com uma relação amigável com os EUA. Um grande sinal de mudança de tom na política externa seria a demissão do atual ministro de Relações Exteriores, indicam especialistas ouvidos pelo UOL.

“A gente nunca tinha tido um chanceler declaradamente fã de um presidente americano dessa forma, a ponto de chamá-lo de a ‘última esperança’ do mundo ocidental e coisas do tipo. Então a situação do Ernesto é muito complicada”, explica o professor da FGV (Fundação Getúlio Varga), Guilherme Casarões.

Araújo se tornou chanceler com a promessa de trazer uma “nova política externa” ao Itamaraty — uma política de alinhamento automático aos Estados Unidos e contra o globalismo. Porém, para analistas em relações internacionais, o alinhamento na verdade foi ao presidente Trump, o que se provou problemático especialmente após suas ações nos últimos dias no cargo.

Para Ernesto e a ala chamada ideológica do governo Bolsonaro, Biden é um globalista, já que defende as instituições internacionais como a ONU (Organização das Nações Unidas). Portanto, seria um “inimigo” desse grupo. Com Biden agora no poder, será necessário repensar essa política externa proposta pelo chanceler.

A dúvida, no entanto, é qual sinal Bolsonaro pretende passar para o novo governo americano. Os setores não ideológicos do governo, como agronegócio, indústria e demais elites econômicas devem pressionar o presidente para manter uma boa relação com os EUA e até pela troca de chanceler. Não se sabe se ele atenderá.

Leia a matéria na íntegra: https://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2021/01/14/ernesto-araujo-bolsonaro-governo-biden-trump.htm

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