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Partido dos Trabalhadores de olho em 2015

A presidenta Dilma Rousseff participou nesta sexta-feira (28) da primeira reunião do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, em Fortaleza (CE).O encontro, que terminou no sábado (29), foi comandado pelo presidente nacional do partido, Rui Falcão.

Entre os temas discutidos pelos participantes estavam a agenda partidária para 2015, a reforma política, o 35º aniversário do partido, comemorado em fevereiro, o 5º Congresso Nacional do PT, entre outros.

O encontro contou com a presença de parlamentares, governadores eleitos, lideranças do PT e militantes.

“É uma reunião da mais alta importância para o PT, o ponto alto daquilo que nós pretendemos discutir para os próximos, quatro anos, o balanço das eleições e o plano de ação do partido naquelas ações que iremos desenvolver em 2015 e 2016”, disse o vice-presidente nacional do PT, deputado federal José Guimarães (CE).

PT aprova resolução de combate à corrupção

Partido defende investigações de denúncias de ilícitos na Petrobras e expulsão de envolvidos

Durante o encontro, o presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, reafirmou o compromisso da legenda na luta contra a corrupção. No sábado (29), o partido aprovou uma resolução de combate à corrupção.

“Temos o compromisso histórico de combater implacavelmente a corrupção”, disse Falcão. “Mostramos atitudes já tomadas em contraste com o silêncio sepulcral dos tucanos, sendo no governo de Fernando Henrique Cardoso, nos 20 anos em São Paulo ou nos 12 anos em Minas Gerais”, explicou.

No documento, o Diretório Nacional do partido se mostra a favor do prosseguimento das investigações de denúncias de corrupção na Petrobras, dentro dos marcos legais e sem partidarismo.

De acordo com o presidente do PT, os petistas comprovadamente envolvidos nos ilícitos da Petrobrás serão expulsos. “Concluídas as investigações, queremos que os corruptos comprovadamente provados possam ser punidos. Se houver alguém do PT implicado com provas, ele será expulso”, afirmou.

Para Rui Falcão, a abertura do diálogo por parte da presidenta Dilma Rousseff foi concretizada no discurso feito no encerramento do primeiro dia de reuniões, na sexta-feira (28).

“A disposição de Dilma foi materializada de forma muito direta e correspondeu às expectativas que a direção do partido tinha sobre o comportamento dela em relação à sociedade e aos partidos”, falou o presidente nacional do PT.

De acordo com ele, Dilma reafirmou todos os compromissos feitos em campanha, principalmente em relação às questões econômicas. Além disso, segundo o presidente do partido, a presidenta reafirmou o protagonismo do PT no governo.

“O PT não será jamais linha auxiliar da oposição, mas também nunca será o beija mão da situação”, disse Falcão.

Sobre as manifestações contrárias ao resultado da eleição presidencial e aos pedidos de impeachment, destacados no discurso de Dilma como “golpismo”, Falcão disse haver uma grande “intolerância” contra a vitória petista nas urnas. Ao falar sobre a questão da mídia nas eleições, ele classificou o jornalismo feito pela revista “Veja”, da editora Abril, como sendo “de esgoto”.

“Não acredito que, embora aqui ou ali possa haver um inconformado com nossos 12 anos de governo, possa vir a ter algum atentado à democracia”, avaliou o presidente do PT. Segundo ele, a população tem participado de forma intensa da vida democrática do Brasil.

Em encontro do PT, Dilma critica atuação de “golpistas”

A presidenta Dilma Rousseff criticou a atuação da oposição após o término das eleições presenciais. “Eles não nos perdoam por estarem tanto tempo fora do poder”, disse.

Dilma relembrou que os “golpistas” sempre existiram no Brasil. No entanto, para ela, é preciso ter encará-los com “serenidade” e não se deixar cair em provocações.

“Vamos lutar com tranquilidade e serenidade. Nós não podemos cair em nenhuma provocação. Nós não podemos esquecer uma coisa que o povo nos confiou: um mandato de quatro anos. E nós vamos exercê-lo tentando, buscando, lutando e fazendo o melhor governo possível”, afirmou a presidenta.

Para Dilma, é preciso ter união para enfrentar as adversidades e governar com generosidade. Segundo ela, o segundo mandato na Presidência da República será do PT, dos partidos aliados, dos movimentos sociais e de todos os brasileiros, eleitores do partido ou não.

“Eu fui eleita para continuar mudando o Brasil, defendi as nossas realizações. Não teria vencido se não fosse pelo apoio da militância, do PT, dos partidos aliados e dos movimentos sociais”, explicou a presidenta.

A presidenta estava acompanhada do presidente nacional do PT, Rui Falcão, do governador eleito pelo partido no Ceará, Camilo Santana, do ministro da Secretaria de Relações Internacionais, Ricardo Berzoini, entre outros correligionários.

Dilma voltou a rebater críticas feitas pela oposição durante período eleitoral. Lembrou, como exemplo, as divulgações recentes sobre a queda nas taxas do desmatamento da Amazônia Legal, da inflação e do desemprego. “Foi um processo de desinformação, de disputa e falsidade em relação ao Brasil”, afirmou.

A presidenta, no entanto, disse não estar satisfeita com a atual situação econômica. Para ela, é preciso fazer um esforço “imenso” em relação à inflação.

“Os últimos dados mostram que a inflação vai fechar abaixo do teto máximo da meta esse ano, mas isso não significa que estamos contentes. O Brasil tem de inovar, melhorar a competitividade”, falou.

Dilma aproveitou o primeiro evento político após o fim das eleições para agradecer à militância do partido pelo apoio na campanha. “Agradeço à militância do PT pela capacidade de agir, debater e pela coragem de enfrentar a adversidade política”, falou a presidenta.

A presidenta também pediu a aproximação do partido e do governo com os movimentos sociais. Aos correligionários, Dilma voltou a defender a criminalização da homofobia. “Nós temos de ser os defensores dos direitos humanos”, afirmou.

Sobre a reforma política, ela disse ser preciso ter compromisso com essa pauta. “Nada nesse combate à corrupção construído nos últimos anos será efetivo se não fizermos uma verdadeira reforma política. Eu pessoalmente só acredito em reforma política com participação popular”, disse a presidenta.

Para Dilma, a grande missão do PT para os próximos anos é preservar o modelo de desenvolvimento adotado atualmente, com geração de emprego e valorização do salário mínimo.

“Nós temos uma visão estratégica de desenvolvimento e isso nos diferencia. Não achamos que toda parte social é um anexo da política. Achamos que está no centro da nossa política”, disse.

 

 

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