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Sucateamento do SAMU e Mais Médicos aprofunda crise na saúde

Há 15 anos Lula criava o Samu, que agora está sendo desmantelado

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), criado  há 15 anos por um decreto do ex-presidente Lula,  está sendo destruído pelo governo Bolsonaro e seus apoiadores. Somente na cidade de São Paulo, 31 das 51 bases do SAMU foram fechadas desde o início do ano, reflexo de uma portaria assinada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB), que diminui a estrutura do programa.

A decisão reflete o desmonte desse setor essencial, que passa por fechamento de bases, divisões de equipes e falta de estruturas básicas na capital. Ambulâncias e equipes foram espalhadas por 78 chamados “pontos de assistência” em hospitais municipais, Unidades Básicas de Saúde (UBS), Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs), e até Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS). O Samu possui 1600 funcionários, 80 ambulâncias e atende a 5 mil chamadas diárias, somente na capital.

Em meio a esse cenário de desmonte, os funcionários do  serviço tem se mobilizado para evitar o total sucateamento do SAMU. Neste mês, eles realizaram três paralisações. “Não estamos reivindicando aumentos de salários, nossa manifestação é um repúdio à destruição do Samu”, disse o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo (Sindsep), Sérgio Antiqueira.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) era Ministro da Saúde quando o programa nasceu. Ele lembrou que o serviço criado pelo ex-presidente Lula  em 2004 já salvou milhões de vidas e chegou a cobrir 75% da população brasileira nos governos do PT.

“A política implementada pelo governo Bolsonaro e seus apoiadores está baseada na Emenda Complementar 95 (PEC do Teto dos Gastos), que vai provocar uma perda de R$ 6 bilhões para a saúde, somente este ano. Ele quer desmontar todas as ações na área social que temos no país, mas o SAMU deve ser mantido. Nós apresentamos uma PEC para retirar a saúde e outros setores essenciais do Teto de Gastos, estamos lutando para que a saúde tenha mais recursos”

Senador Humberto Costa (PE), líder da Bancada do PT no Senado Federal

Desmonte do Mais Médicos

Segundo estudos realizados pelo  Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em colaboração com a Universidade Stanford, nos EUA, e com o Imperial College, em Londres, o país pode registrar 100 mil mortes consideradas evitáveis até 2030, em razão da eventual paralisação do programa Mais Médicos.  A PEC do Teto de Gastos também é apontada como responsável pelo atual quadro de crise da saúde pública.

Um dos estudos avaliou dados de 5.507 municípios brasileiros, em uma projeção de 2017 até 2030. A pesquisa não inclui as mortes em pessoas maiores de 70 anos. Conforme indica o levantamento, as principais causas de óbitos seriam em consequência de doenças infecciosas e deficiências nutricionais.

O material foi publicado na BMC Medicine, uma das mais conceituadas revistas médicas do mundo.

Ainda de acordo com a Folha S. Paulo, cerca de 15% dos médicos  brasileiros que entraram no Mais Médicos após a saída dos cubanos desistiram de participar do programa nos três primeiros meses. Cerca de 1052 médicos que assumiram entre dezembro de 2018 e janeiro deste ano já deixaram as vagas.

Com informações da Folha de São Paulo e Brasil de Fato.

Alessandra Gondim para o PT no Senado 

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