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Com inflação em alta, consumo diminui e mulheres são prejudicadas

Para o economista, Guilherme Mello, na maioria das famílias, a mulher é quem cuida do orçamento, com o aumento da inflação dos alimentos, cria-se uma pressão extra sobre ela

O governo de Jair Bolsonaro (PSL) tem afetado toda a população. O aumento do desemprego e da inflação dos alimentos acarretou na queda do consumo de produtos básicos para a casa dos brasileiros e brasileiras, como comida, bebida, produtos de higiene e limpeza. Só em janeiro e fevereiro de 2019, a queda foi de 5,2% no número de itens comprados pelas famílias. Essa foi a primeira queda desde 2014, segundo pesquisa realizada pela consultoria Kantar e divulgada pelo Estado de S. Paulo neste domingo (14).

De acordo com o IBGE, ao menos 13,1 milhões de pessoas estão desempregadas, enquanto, em março, a inflação geral em 12 meses chegou a 4,58% e a inflação de alimentos e bebidas atingiu 6,73%.  Isso afeta diretamente a vida das mulheres, já que na maioria das casas, são elas que cuidam das compras de supermercado e orçamento desses itens.

O professor do Instituto de Economia da Unicamp, Guilherme Mello, explicou que quando há aumento no desemprego as mulheres são sempre mais prejudicadas porque “elas estão em espaços mais precários, há várias pesquisas que comprovam que os salários delas são menores, além disso, elas são responsáveis pelo cuidado dos filhos, então acabam entrando e saindo de vários empregos”.

Ele afirma também que quando a “inflação é concentrada em alimentos afeta muito a mulher, exatamente porque, via de regra, ela é a gestora do domicílio, na maioria das vezes é ela que faz as compras e o orçamento doméstico e quando existe esse aumento do preço dos alimentos essa gestão fica muito prejudicada e essa mulher tem que fazer escolhas difíceis, ou de redução do consumo ou de substituição de alguns produtos por outros de menor qualidade e isso gera tensões dentro da casa, porque o homem quer o que está acostumado, e a mulher tem que fazer a administração do orçamento, não é possível generalizar isso, mas é o que acontece na maioria dos casos, e isso gera uma pressão extra na mulher”.

As mulheres pobres são ainda mais prejudicadas, as maiores quedas no consumo desses itens foram concentradas na classe C, o interior do estado de São Paulo registrou a maior baixa no consumo (-10,3%), seguida pelas regiões Norte e Nordeste (-5,8%).

“Esse tipo de inflação que atinge alimentos, bebidas e, obviamente, o custo de vida das pessoas mais pobres, é a que mais preocupa, porque uma coisa é você ter inflação de televisão, por exemplo, mas a inflação de alimentos atinge bens de primeira necessidade e isso tem impactos enormes sobre a capacidade de gerir o orçamento doméstico e o lar”, finalizou.

Da Redação da Secretaria Nacional de Mulheres do PT com informações do Estado de S. Paulo

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