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Lula: É hora de sair às ruas para falar com o povo olho no olho

Após visita, João Paulo Rodrigues (MST) e Moisés Selerges (Sindicato dos Metalúrgicos do ABC) enviam recado do ex-presidente à militância: “Momento é propício para mobilização”

Desde que está mantido em cárcere político na sede da Polícia Federal de Curitiba, Lula já recebeu dezenas de visitas entre familiares, advogados, líderes populares e figuras públicas das mais variadas nacionalidades. E, para todas elas, o sentimento após o encontro é sempre o mesmo: o ex-presidente cativa e sua presença exerce indiscutível influência na maneira com a qual cada um deles passa a enxergar o próprio país.

Nesta quinta-feira (28),  João Paulo Rodrigues(MST) e Moisés Selerges (Sindicato dos Metalúrgicos do ABC) foram os responsáveis por confirmar tal premissa ao relatarem, logo após a visita a Lula, o sentimento de estar frente a frente com o maior presidente da história do Brasil – embora ambos já o conhecessem pessoalmente há décadas. “Encontramos um homem com uma lucidez, um nível de conhecimento sobre o Brasil impressionante, um verdadeiro líder”, resume Rodrigues.

Dada as percepções iniciais, Lula manteve-se firme no propósito que sempre norteou a sua vida pública – o de defender os interesses do povo à revelia do que se passa dentro do âmbito pessoal.  “Além de insistir na questão da soberania nacional (diante do entreguismo evidente), falamos bastante sobre a criminalização dosmovimentos sociais que é uma preocupação permanente tanto para ele quanto para nós”, reitera o líder do MST, um dos movimentos mais perseguidos por Jair Bolsonaro.

Sem tempo para lamentações, Lula preferiu usar o tempo ao lado dos companheiros João Paulo e Moisés para sublinhar um pedido urgente: é hora de ir sair às ruas para falar olho no olho com o povo. “Para Lula, este é  o melhor momento para que a esquerda faça o embate com a população. Ele sabe da importância da mobilização nas redes sociais, mas não vê outra saída a não ser ir para as ruas, fortalecer o trabalho de base, e dialogar com cada trabalhador e trabalhadora deste país para vencer as batalhas contra este governo”, reitera Rodrigues.

Energia da Vigília
“Presidente, você consegue mesmo ouvir o que acontece na Vigília?”, perguntou João Paulo. A resposta, com o humor que lhe é peculiar, foi certeira. “Se falarem um pouco mais alto eu consigo ouvir até as conversas”. O diálogo ilustra o tamanho do respeito que Lula tem pelo espaço de resistência que, segundo ele próprio, é o responsável pela energia e disposição que mantém como característica mais marcante.

A Vigília tem tanta influência no cotidiano do ex-presidente que até mesmo seus familiares fizeram questão de enviar mensagem de agradecimento. “Hoje Lula também recebeu a visita do filho Sandro e da nora, Marlene, que fizeram questão de pedir que a gente enviasse um grande abraço para cada um de vocês. A força que vocês transmitiram a todos eles durante os momentos mais difíceis foi fundamental”, revelou Moisés.

Ricardo Stuckert

Moisés Selerges, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, e João Paulo Rodrigues, dirigente do MST

Jornada Lula Livre
Entre os dias 7 e 10 de abril todas as atenções estarão voltadas para a Jornada Lula Livre, iniciativa que pretender reforçar o posicionamento contrário diante da atual conjuntura política brasileira e ampliar a unidade em torno das lutas em defesa do maior líder popular da história do Brasil.

Com eventos programados em praticamente todos os estados brasileiros e também em diversos outros países, a Jornada Lula Livre terá seu grande ato nacional realizado no dia 7, dia em que a prisão política completa um ano.

A iniciativa é parte da reorganização das estratégias de mobilização dos comitês populares espalhados por todas as regiões da nação e reativa e campanha Lula Livre lançada ano passado. A jornada também se readequará aos lamentáveis desdobramentos políticos que aconteceram no país a partir da eleição de Jair Bolsonaro, como a reforma de Previdência.

Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias

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