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Apenas com redução da pobreza a democracia se fortalecerá, diz Paim

Senadores lamentaram aumento dos índices de pobreza e extrema pobreza no último ano, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

O senador Paulo Paim (PT-RS), vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH), lamentou nesta quinta-feira (6) os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística que apontam para o acréscimo de aproximadamente dois milhões de brasileiros vivendo em situação de pobreza apenas no último ano.

De acordo com a pesquisa, em 2016 havia no País 52,8 milhões de pessoas em situação de pobreza. Este contingente aumentou para 54,8 milhões em 2017, um crescimento de quase 4%, e representa 26,5% da população total do país, estimada em 207 milhões naquele ano (em 2016, eram 25,7%).

“A democracia brasileira, para se consolidar, precisa ser fortalecida todos os dias. Ela é a base do desenvolvimento econômico, político, social e cultural. Mas não alcançaremos o esplendor democrático, se a pobreza e a fome pintarem em cores vivas no cenário do nosso País”, disse o senador.

Ainda de acordo com o IBGE, a população na condição de pobreza extrema aumentou em 13%, saltando de 13,5 milhões para 15,3 milhões no mesmo período. Do total de brasileiros, 7,4% estavam abaixo da linha de extrema pobreza em 2017. Em 2016, quando a população era estimada em cerca de 205,3 milhões, esse percentual era de 6,6%.

De acordo com o gerente da pesquisa, André Simões, o aumento da pobreza se deu pela maior deterioração do mercado de trabalho. “Aponto aí, a dita reforma trabalhista encaminhada por Michel Temer”, disse Paim.

O senador Jorge Viana (PT-AC) lamentou o fato de a pesquisar constatar que o País, com o aumento do número de pobres, ao invés de caminhar para o Século XXI, regride rumo ao Século XIX.

“Estamos falando de dois milhões de pessoas que precisam viver com cerca de 400 reais por mês. Temos quase 40 milhões de brasileiros perambulando pelas ruas para sobreviver, fora do mercado de trabalho. Estão sobrevivendo nas esquinas vendendo pães, pizzas, pegando sobras em supermercados. É uma situação vexatória”, disse o senador lembrando que no ano de 2014 o Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), entre 2002 e 2013, caiu em 82% a população de brasileiros em situação de subalimentação. Dados que contrastam com a atual realidade do País.

“Estamos falando de um País com 208 milhões de pessoas que começou a fazer uma inclusão social que chamou a atenção do mundo. Ajudar a quem precisa é um gesto humanitário necessário para libertar a pessoa daquela situação. A pior coisa do mundo é uma mãe amanhecer o dia e a única coisa que ela tem que fazer é tentar conseguir algum alimento para os filhos”, salientou.

Segundo o IBGE, é considerada em situação de extrema pobreza quem dispõe de menos de US$ 1,90 por dia, o que equivale a aproximadamente R$ 140 por mês. Já a linha de pobreza é de rendimento inferior a US$ 5,5 por dia, o que corresponde a cerca de R$ 406 por mês. Essas linhas foram definidas pelo Banco Mundial para acompanhar a pobreza global.

Rafael Noronha para o PT no Senado

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