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Crianças do MST denunciam fechamento de escolas no campo

Em evento realizado nesta quarta (25) em Brasília, sem terrinhas também entregaram manifesto em que apontam dificuldades para manter os estudos

 

Como parte do 1º Encontro Nacional das Crianças Sem Terrinha, que ocorre em Brasília, 1.200 crianças dos acampamentos e assentamentos do MST em todo o país realizaram passeio cultural pela Esplanada dos Ministérios na manhã desta quarta-feira (25).

Uma das paradas no trajeto foi o Ministério da Educação, onde entregaram manifesto que denuncia a situação das escolas no campo. No manifesto, fruto de processo de elaboração coletiva que durou dois anos e que foi aprovado no início do Encontro, na segunda-feira (23), as crianças Sem Terrinha abordam as dificuldades que enfrentam para terem seu direito à educação assegurado.

“Lutamos por nossos direitos, que não são cumpridos: nossas estradas são ruins e esburacadas; o transporte escolar quase sempre quebra e entra muita poeira; muitas escolas estão sendo fechadas e outras são longe de nossas casas; falta material e temos poucos livros para ler. As escolas do campo precisam ter melhores condições. A alimentação das escolas precisa melhorar, ter mais produção da reforma agrária e da agricultura camponesa familiar”, diz trecho do texto.

Márcia Ramos, do setor de Educação do MST e uma das adultas que auxilia as crianças na organização do 1º Encontro, afirma que a mobilização das crianças é ainda mais simbólica no atual contexto político brasileiro.

“O manifesto representa o que as crianças vivenciam nos acampamentos e assentamentos de Reforma Agrária no Brasil. Principalmente, neste momento de golpe, é preciso mostrar que todas as pessoas têm direito de se expressar, inclusive as crianças. Essa também é uma forma de contrapor o conservadorismo extremado e projetos que apontam para o retrocesso, como a Escola Sem Partido, o fechamento das escolas no campo e as investidas do agronegócio”, afirmou Márcia Ramos.

MST
Encontro Nacional das Crianças Sem Terrinha

Renovação
De acordo com a deputada federal Erika Kokay (PT-DF), o encontro dos Sem Terrinha renova as energias e as esperanças na construção de uma nova sociedade. “Vocês aqui mostram para aqueles que estão instalados no Palácio do Planalto e que são frutos do golpe, o que, de fato, é ser livre”, comentou a deputada. “Lutar pelo Brasil é fazer com que as nossas crianças possam ser cuidadas e se coloquem em movimento”, completou a parlamentar.

“Para nós é muito importante poder participar desse momento, principalmente em poder somar forças na luta, na proteção e na garantia dos direitos das crianças, um dos temas do Encontro”, destacou Antônio Carlos Carvalho, Secretário de Políticas das Crianças, Adolescente e Juventude do Distrito Federal, que participou da abertura do Encontro, na segunda-feira.

Participaram também do ato representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), das Aldeias Infantis, de diversos partidos políticos, além do Movimento Campesino de Santiago Del Estero (Mocase), da Argentina.

O passeio dos Sem Terrinha desta quarta-feira se encerrou na Praça dos Três Poderes, ao lado do Supremo Tribunal Federal, onde realizaram uma ciranda e soltaram uma faixa com balões onde se lia “Reforma Agrária”.

O 1º Encontro dos Sem Terrinha vai até quinta-feira (26), no Parque da Cidade e conta com a participação das crianças dos 23 estados e do Distrito Federal, onde o MST está organizado. Além das manifestações, fazem parte da programação brincadeiras, jogos, estudo e debates de temas como os direitos das crianças e adolescentes, a produção de alimentos saudáveis, a luta pela Reforma Agrária Popular e a própria organização das crianças nos assentamentos e acampamentos em todo o Brasil.

Por PT na Câmara

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