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“Meu adversário não tem projeto para o Brasil, ele promove a violência”, diz Haddad

Candidato petista levou 50 mil pessoas às ruas de João Pessoa em caminhada da virada

 

A democracia acontece quando o povo exerce a soberania. E foi com o objetivo de que ela continue garantida à população, que cerca de 50 mil pessoas foram às ruas do centro de João Pessoa, neste dia 26. A concentração foi no histórico colégio Lyceu Paraibano, lugar marcado pela luta democrática de outrora.

Estudantes, mulheres, homens, jovens, idosos e crianças, entre várias classes de trabalhadores e profissionais liberais foram caminhar, logo cedo, com o professor e candidato à presidência da República Fernando Haddad (PT).

Mara Pinto, cearense e estudante do curso de Pedagogia da UFPB, que entrou na universidade pela política de cotas, nos contou que antes não tinha esperança em entrar na universidade, mas após a lei de políticas de cotas de escola pública e vulnerabilidade socioeconômica ser sancionada pela ex-presidente Dilma seu sonho pode ser realizado. “Eu estou aqui para que mulheres e jovens pobres como eu lá do interior do Ceará possam entrar na universidade pública pelas cotas, assim como eu entrei e serem assistidos pela assistência estudantil como eu sou”, disse a estudante.

Gênesis Cavalcanti, torcedor do Botafogo da Paraíba, levou a camisa do “Belo Antifascista” para a caminhada./ Foto: Angelina Oliveira

Gênesis Cavalcanti, torcedor do Botafogo da Paraíba, e seus amigos torcedores organizaram um time especial contra o fascismo. “Nos reunimos contra essa onda conservadora e criamos o grupo ‘Belo Antifascista’ para lutar contra todos os tipos de opressão e contra o elitismo dentro dos estádios de futebol, porque queremos o povo de volta aos estádios, queremos um futebol popular, onde todos tenham acesso e acreditamos que Haddad é a melhor opção porque ele vai dar continuidade aos programas sociais que Lula implementou, a proposta dele representa maiores investimentos na saúde e educação pública”, frisou.

Renan Pereira vota em Haddad por causa da proposta de investir em saúde e educação. Foto: Angelina Oliveira.

Para o médico Renan Pereira, o único candidato que tem propostas e projeto de governo é o professor Haddad. “Eu vi que ele vai aumentar os investimentos em saúde e educação e dobrar o teto de investimentos e vai trazer muitas melhorias”, comentou.

Agustinho Neto foi para o ato e levou a bandeira do Brasil junto. Foto: Angelina Oliveira.

Já o seu colega de profissão, o professor universitário da UFPB e médico, Agustinho Neto, acredita que Haddad é a melhor proposta de candidatura. “O professor Haddad nesse momento representa a candidatura não só do PT, mas da ciência brasileira, da saúde, da educação, é um candidato que investiu pesadamente quando era ministro da Educação em universidades, em ônibus para transportar crianças para a escola, é um homem que fala de livros e paz. No momento, a candidatura dele não é do PT, não é da esquerda, mas da democracia brasileira”, argumentou.

Maria das Dores veio da cidade de Mamanguape para ver Fernando Haddad. Foto: Angelina Oliveira.

A trabalhadora rural e poetisa popular Maria das Dores Ribeiro, da cidade de Mamanguape, aproveitou o espaço de democracia para dá seu recado em forma de poesia: “Eu não voto em Bolsonaro porque ele é muito ignorante, não sabe atender a gente, quer nos fazer de otário, quer tirar nossos direitos, quer tirar o décimo-terceiro, acabar nosso salário. Para mim, pra você e pra tu, eu voto até no timbu, mas não voto em Bolsonaro”.

O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, falou, em seu discurso, que não iria fazer uma comparação entre os programas de governo, porque seria comparar o incomparável. “Eu não posso comparar um doutor em economia com alguém que diz que a única coisa que sabe fazer na vida é matar gente, eu não quero um presidente que mate gente, eu quero um presidente que ame as pessoas, que respeite as pessoas, que prepare o país para o futuro, que respeite as nossas crianças, eu não quero ver meu filho ou o filho de qualquer um aprendendo a atirar em qualquer que seja, eu quero que ele leia um livro e que recite um poema”, falou Ricardo.

Fernando Haddad (PT) transitou em meio à multidão de eleitores ao lado do atual governador, Ricardo Coutinho, e do governador eleito, João Azevêdo. Foto: Ricardo Stucker.

Sob um sol caloroso, as palavras de ordem “Brasil Urgente, Haddad Presidente”, proferidas por milhares de pessoas, acolheram o discurso do presidenciável Haddad, que foi recepcionado com muita vibração e esperança pelo povo lutador acostumado com a resistência que o Nordeste dá aos seus filhos. “Eu quero começar minha fala fazendo uma pesquisa aqui com vocês, eu vou chamar de ‘DataHaddad’, o Bolsonaro fugiu dos debates, por acaso o povo do Nordeste vota em arregão? Eu queria ver ele falar o que fala do Nordeste na minha cara, porque eu seria o professor que daria uma lição de moral nele. Ele não conhece esse país, ele não conhece o Nordeste, ele não está preparado para governar o Brasil, ele não tem projetos, ele tem 28 anos de mandato e nunca aprovou nada que preste no Congresso Nacional”, concluiu.

Para os indecisos, Haddad deixou um recado: “Temos poucas horas para definir o destino do país, o meu adversário não tem projeto para o Brasil, ele só tem a retórica da violência, ele promove a violência. Os professores universitários, os negros, as religiões, não só de matriz afro, mas os católicos também, estão se sentindo inseguros. Estão pintando suásticas em igrejas católicas e em banheiros das universidades, então Bolsonaro representa apenas uma retórica da violência, ele não tem um projeto. Ele se diz e desdiz o tempo inteiro. Eu represento um projeto que tem muito mais acertos do que erros, mudou a vida de 100 milhões de brasileiros. Não vale a pena dar um salto no escuro, é muita coisa que está em jogo, a gente sabe como a retórica da violência começa, mas não sabemos até onde ela vai e nós temos que cortar o mal pela raiz e é neste domingo que nós vamos fazer isso.”

De acordo com Haddad a virada de votos em seu favor começou quando Bolsonaro afirmou, na avenida paulista em São Paulo, que iria mandar prender seus opositores, criminalizar os movimentos sociais e considerar terrorismo quem fosse às ruas protestar contra o seu governo

Fonte: Brasil de Fato

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