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Movimentos sociais e parlamentares apoiam greve contra privatização da Eletrobras

O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) está organizando uma greve dos trabalhadores da Eletrobras entre os dias 11 e 13 de junho em protesto contra a privatização da estatal, planejada pelo governo golpista de Michel Temer (MDB).

No Sindicato dos Urbanitários do Distrito Federal (Stiu-DF) em Brasília, representantes dos trabalhadores se reuniram com militantes de movimentos populares de outras áreas para articular uma rede de luta conjunta.

Segundo o movimento, constituído por sindicatos locais e regionais de trabalhadores, a mobilização deverá envolver todos os estados. O sistema Eletrobras é composto de empresas de distribuição, geração e transmissão em todas as regiões do Brasil, além de estar conjugado a estatais estaduais de energia.

Participaram do encontro representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), entre outros.

Ofensiva neoliberal – A venda da estatal é uma das pautas prioritárias da agenda econômica de Temer, e o Planalto tem investido em diversas frentes para agilizar o processo.

Uma delas foi a Medida Provisória (MP) 814/17, que caducou no último dia 1º por não ter sido votada a tempo. O presidente da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), Paulo de Tarso, avalia que o vencimento da MP sem aprovação é uma vitória do campo popular, que tem pressionado fortemente os parlamentares.

“A unidade é que nos fortalece. A unidade é que vai fazer frente a esse governo que está usurpando direitos e conquistas da sociedade, acabando com o patrimônio nacional e entregando ao capital estrangeiro”, destaca.

A estatal, no entanto, segue na mira dos golpistas. A Eletrobras também é alvo dos Projetos de Lei (PL) 9463/18, 1917/15, 10332/18 e dos Decretos 9188/17 e 9351/18, todos com conteúdo relacionado à privatização da empresa.

O governo também lançou mão de outras medidas, como o lançamento de um edital do BNDES para contratar serviços auxiliares à privatização, além da edição de uma portaria do Ministério de Minas e Energia (MME) que criou grupos de trabalho para prestar apoio técnico a esse processo.

Frentes de resistência –  A deputada federal Erika Lula Kokay (PT-DF), representante da bancada da oposição no Congresso no encontro com os eletricitários, aponta que o movimento popular ecoou no Congresso, mas que a pauta ainda exige atenção.

“Esse trabalho fez com que a base do governo derretesse com relação a essa matéria. Agora, é preciso ter muito cuidado porque o governo não desistiu. Ele apenas está com muita dificuldade de implementar [a venda] porque ele perdeu a narrativa”, enfatiza.

Do lado do campo popular, a militância reforça a mobilização para tentar frear as medidas de privatização da estatal no parlamento.

O dirigente Marco Baratto, do MST, destaca que a bandeira de defesa da Eletrobras envolve temas como a soberania energética do país, a segurança nacional e o acesso a um serviço público de energia de qualidade.

Baratto acrescenta que a venda da empresa tende a repercutir fortemente na vida da população camponesa.

“Vai implicar direto não só no aumento da conta de energia lá na ponta, nos territórios que são [considerados] invisíveis no Brasil, mas também no acesso e na qualidade [do serviço], porque vai estar na mão de grupos empresariais”, ressalta.

 

Brasil de Fato

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