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Para petistas, áudios de Jucá explicitam reais motivos do golpe

Os bastidores do golpe contra a presidenta eleita Dilma Rousseff estampados nas páginas de jornais. É assim que a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) descreveu a divulgação de conversas entre o ministro golpista Romero Jucá (PMDB) e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, publicados nesta segunda-feira (23) pelo jornal ‘Folha de S. Paulo’.

“A saída de Dilma é parte de um plano para abafar a Lava Jato. Com o governo que mais combateu a corrupção no país, era impossível deter as investigações”, afirmou a senadora.

Além de Bezerra, outros parlamentares também comentaram o conteúdo das gravações, que, para eles, comprovam que a presidenta Dilma não foi afastada por suposto crime de responsabilidade, mas para que as investigações da Operação Lava Jato fossem barradas.

O único argumento para o impeachment utilizado nas gravações, explicita o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), foi a necessidade de barrar as investigações da Lava Jato.

“Tanto na Câmara como no Senado, o processo de impeachment foi um processo movido pelos interesses de uma organização criminosa com forte ramificação no Congresso Nacional e que única e exclusivamente agiu para proteger os envolvidos na corrupção, para salvar os principais interlocutores dessa organização”, enfatizou.

O ministro-chefe da Secretaria de Governo da presidenta Dilma, Ricardo Berzoini, gravou um vídeo publicado na página oficial de Dilma, no qual considera a conversa entre Jucá em Machado “produto de um governo golpista”.

“É um escândalo, é uma vergonha, é um produto do governo golpista de Eduardo Cunha, Michel Temer e Romero Jucá. E algo que precisamos imediatamente exigir: a demissão de Romero Jucá e a investigação da relação de Michel Temer com esse diálogo. O povo brasileiro tem o direito de saber tudo sobre essas gravações. Não podemos admitir que um diálogo como esse não seja investigado a fundo”, defende.

“O diálogo não deixa dúvidas. Mostra um pretendente a ser ministro do golpe conversando com uma pessoa que estava sendo investigada, eles tentando tramar para conseguir no impeachment a forma de refrear as investigações e os crimes praticados”, acrescentou Berzoini.

Outro ministro do governo Dilma a se pronunciar sobre o fato foi Jaques Wagner. “A cada dia que passa, vai ficando mais evidente para a sociedade brasileira, inclusive para os setores que apoiaram o impeachment, que o governo interino de Michel Temer não tem condições de oferecer soluções aos anseios do país”, afirmou.

Para ele, as gravações “não deixam margem para dúvida: o impeachment só foi levado adiante porque a cúpula do PMDB temia o avanço das investigações da Operação Lava-Jato. Não era para combater a corrupção que eles queriam tirar Dilma. Era justamente para permitir que os malfeitos continuassem ocorrendo livremente”.

“A gravação mostra que o país está sob o controle de uma quadrilha. Mostra que houve um golpe. E mostra que o golpe foi dado para institucionalizar a corrupção”, escreveu o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) em sua página nas redes.

“O golpe era o acesso mais fácil de estancar as investigações das operações da PF e do MP, da qual a presidenta Dilma muito investiu para que fortalecesse o combate a corrupção no País”, enfatizou a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).

Para o senador Lindbergh Farias, “a farsa do golpe foi desmascarada”.

Destacando de Dilma é uma pessoa honesta e que não há motivos para o impeachment, o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) afirmou que o as conversas do golpista Jucá apontam o também golpista Michel Temer como sendo do mesmo “grupo político de Eduardo Cunha e que a operação “Lava -Jato” está chegando no candidato a presidência da república pelo PSDB Aecio Neves”.

No Twitter, o deputado Enio Verri (PT-SP) lembrou que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) dizia que para acabar com a corrupção, bastava tirar o PT do poder. Mas é este senador que tenta barrar a Lava Jato, segundo os áudios das conversas de Jucá.

Aécio Neves explica mais uma vez “como acabar com a corrupção no Brasil”

Não apenas petistas constaram o golpe armado pelo grupo de Temer. A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) publicou em sua página nas redes sociais que a divulgação dos diálogos é “a verdade vindo à tona”. “O pacto pelo GOLPE é um grande acordo para barrar a Lava-Jato. É um absurdo sem tamanho”.

Para a também deputada do PCdoB, Luciana Santos (PE), é a comprovação do golpe.

Em sua página no Facebook, o senador Telmário Mota (PDT-RR) também ressaltou o papel do golpista Romero Jucá na articulação do golpe para “travar investigações da Lava Jato”.

Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias

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