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Estudantes da UnB usam arte e cultura para defender democracia

Com muita cultura para celebrar a liberdade que só pode existir em um ambiente democrático, o Comitê da Frente Brasil Popular na Universidade de Brasília (UnB) organizou o Festival Inquietação Pela Democracia na noite desta terça-feira (5). No palco montado na Arena do campus Darcy Ribeiro, na UnB, bandas, poetas, MCs e outros artistas se revezavam para reivindicar a defesa da democracia a partir da sua arte.

“A gente acredita que a realização desse festival só é possível em uma democracia. A gente só consegue se expressar e se manifestar livremente em uma democracia plena, e a gente não quer perder esse direito, por isso a gente está aqui se manifestando”, afirmou Victor Santos Furtado, estudante de Design da UnB e um dos organizadores do evento.

Victor contou que a ideia do festival é reunir os estudantes e conseguir articular com eles um espaço para se expressarem que, em sua avaliação, ainda falta dentro das universidades.

“Na universidade a gente sente uma necessidade muito grande de mostrar essa inquietação que todo mundo está sentindo em relação ao cenário político, em relação ao golpe contra a democracia. A gente acha que esse é o momento certo da gente captar toda essa inquietação, toda essa vontade de se expressar dos estudantes e traduzir isso através da arte, de novas perspectivas e formas de expressão e de manifestação dentro da universidade, para gerar mais opiniões e reflexões sobre esse momento político”, completou.

O militante territorial do Levante Popular da Juventude, Matheus Alves, fez questão de prestigiar o evento. “Esse Festival da Inquietação é importante para que todos os estudantes universitários, e secundaristas também, mostrem sua indignação contra esse golpe que está sendo feito no Brasil pela direita. É importante que toda a juventude se mostre politicamente, levante a sua bandeira e venha para a rua lutar contra esse golpe, contra o impeachment, porque isso é algo inconstitucional. Quem não cometeu crime, não deve cair. E quem cometeu crime, como Eduardo Cunha, deveria cair e está aí até hoje”, apontou.

Além do Comitê UnB Contra o Golpe, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e o Centro Universitário de Cultura e Arte (CUCA) também se somaram ao ato cultural.

A vice-presidenta regional da UNE, Luiza Calvette, destacou o papel central dos estudantes na defesa da democracia. “Estamos mostrando que os estudantes, a juventude se posiciona contra o impeachment, conta o que a gente entende como um golpe, e que a gente vê que há uma articulação para voltar ao poder as elites históricas que sempre dominaram o nosso País. A gente sabe que o que está em jogo não é o combate à corrupção, mas sim uma elite que insiste em voltar ao poder aqui no Brasil, e por isso a gente entende que as universidades são locais de resistências e em defesa da democracia”, ressaltou.

Para ela, “os estudantes são protagonistas históricos na defesa da democracia. Como em 94, os jovens hoje se colocam novamente em defesa da democracia, dialogando com outras linguagens”.

Victor Furtado também acredita no papel da juventude na defesa da democracia. “A gente quer cada vez mais empoderar estudantes em relação a todas as questões que envolvem o Brasil e o mundo. A gente quer trazer a opinião dos estudantes, que eles reflitam, se expressem e defendam a democracia”.

“A gente tem se colocado contra o golpe e em defesa da democracia porque a gente entende que só na democracia é que a gente vai conseguir avançar nos nossos direitos e fazer com que o Brasil seja um País cada vez mais justo, com mais oportunidades para a juventude”, afirmou a representante da UNE.

UnB não esqueceu 64

Luiza Calvette lembrou que as universidades têm história de resistência e luta pela democracia no nosso País. “As universidades são historicamente pontos de resistência da democracia, de resistência pelos direitos. E aqui na UnB não é diferente.

A resistência da UnB durante a Ditadura Militar também foi lembrada pela estudante do curso de Letras da Universidade, Ana Carolina, 17 anos. “UnB sofreu muito no último golpe, em 64, e por isso um espaço como esse dentro da UnB é importante. Professores contam em sala de aula como foi pesado”.

Segundo Ana Carolina, a juventude precisa se reunir para evitar um novo golpe. “O pessoal passou nas salas pedindo que os jovens se juntassem porque a juventude é muito importante para que a gente possa evitar que um golpe aconteça no Brasil. Estão querendo fazer um golpe, por mais que eles queiram mascarar. E a gente precisa se conscientizar para que a gente saiba disso, e até eles sabiam que a gente está prestando atenção, sim, no que está acontecendo, a gente é consciente do que está acontecendo”, enfatizou.

Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias

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