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PT-DF decide não fazer parte do governo de Rollemberg, mas está aberto ao diálogo

A nova resolução faz duras críticas ao discurso adotado pelo sucessor de Agnelo, de que problemas na gestão provocaram as dificuldades atuais

Por Daniel Cardozo

Diálogo vai ter, cargos, não. Pelo menos oficialmente, essa é a posição do PT em relação ao governo de Rodrigo Rollemberg (PSB). Inclusive, ser filiado ao partido e fazer parte do governo pode levar até à punição. Mas, mesmo cheio de críticas à gestão, os petistas pretendem atender os convites do Buriti.

Por um lado, a ajuda do Palácio do Planalto ao GDF seria positiva para as finanças, calcanhar de Aquiles da gestão de Rollemberg. Por outro, a presidente Dilma Rousseff (PT) poderia se beneficiar do apoio do PSB – como já aconteceu com a retirada das assinaturas dos socialistas para instauração da CPI dos Fundos de Pensão, no Senado. Mesmo assim, as feridas deixadas pelas últimas eleições não se curaram totalmente. O que ainda pesa é que o  PT-DF considera exagerada a crise financeira mostrada pelo Buriti e se incomoda com as críticas ao governo de Agnelo Queiroz (PT).

Na única conversa entre o governador e o partido, semanas atrás, os petistas fizeram questão de ressaltar que continuam fora do governo, mas pretendem contribuir com o diálogo em nome da cidade. A nova resolução faz duras críticas ao discurso adotado pelo sucessor de Agnelo, de que problemas na gestão provocaram as dificuldades atuais.

críticas

Para o presidente do PT-DF, Roberto Policarpo, Rollemberg peca em não admitir virtudes na gestão passada, mas os gestos recentes contam para uma relação mais tranquila. “Vamos nos manter na oposição. Até porque acreditamos que esse governo aprofundou e alongou a crise para fazer caixa e  ganhar tempo. Agora já pagou os atrasados e pode conseguir fazer mais. O que ele tem apresentado é obra da gestão anterior. Até mesmo empréstimos que vão ajudar o governo foram conseguidos no ano passado”, criticou. “Mas ele fez gestos como na questão dos fundos de pensão e no voto do superávit primário”, completou.

A ex-deputada distrital Arlete Sampaio, que também participou da discussão, alerta que os cargos não estão incluídos no diálogo. “Se Rollemberg estiver disposto, vamos conversar. Mas é importante lembrar que esse governo se assenta no que nós fizemos e fica dizendo que estava tudo errado durante os quatro anos de governo. Quando nós sabemos que não é verdade. Mas claro que somos críticos também aos nossos erros”, reconheceu.

Punição para petista que ficar no cargo

A negociação oficial por cargos nunca aconteceu entre Rodrigo Rollemberg e o PT. No entanto, é de conhecimento tanto do governador quanto da cúpula do partido que há petistas entre os comissionados. O documento assinado pela Executiva Regional, ontem, prevê que os integrantes da legenda terão 15 dias para pedir suspensão da filiação. Caso a decisão não seja voluntária, os dirigentes podem suspender quem continuar no governo.

Exercer cargos no governo estando filiado ao PT é falta grave, segundo o deputado distrital Chico Vigilante, um dos mais empolgados com a resolução. “Trata-se de traição ao partido. Quem quiser ir para o governo tem que pedir para sair do PT”, avisou Vigilante.

Apoio à dilma

Mas para o apoio do PT ao Buriti, o distrital simplifica: “ele precisa apoiar Dilma” , deixando claro que a prioridade é o plano nacional. Só que Vigilante reconhece que não é uma situação simples. “Os gestos de Rollemberg em apoio ao Planalto foram apenas questões pontuais. O PSB tem várias facções. Em São Paulo, eles são próximos ao PSDB e no Rio Grande do Sul fazem oposição velada ao PT. Apenas na Paraíba que o governador apoio Dilma desde o primeiro turno das eleições passadas”, avaliou.

Fonte: Publicado na edição de domingo (12) do caderno Política & Poder do Jornal de Brasília.

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