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Lançamento da Marcha das Margaridas dá prévia da força da manifestação

A paraibana Maria Margarida Alves foi assassinada brutalmente em frente à sua casa, em 1983, por lutar incansavelmente por trabalhadoras e trabalhadores do campo. Mas sua semente se espalhou por todo Brasil. E a cada quatro anos, sempre no mês de agosto, milhares de Margaridas marcham pelo avanço da luta feminista que envolve mulheres do campo, da floresta, das águas e da cidade. Nesta terça-feira (25), foi lançada a 6ª edição da Marcha das Margaridas no Distrito Federal, na Câmara Legislativa do DF. A atividade, de iniciativa da deputada Arlete Sampaio (PT), contou com a representação da CUT Brasília e vários movimentos que dão voz a mulheres indígenas, negras, quilombolas, trabalhadoras do campo e da cidade, LGBTs, jovens e idosas.

“Em 2015, quando já se armava o golpe contra a presidenta Dilma, 100 mil mulheres do campo, da floresta e das águas marcharam em Brasília contra esse processo nefasto que resultou no que temos hoje: o fascismo descarado, implantado por homens machistas e misóginos que tentam roubar nossos direitos. Mas nós não vamos nos calar. Agora, em 2019, seremos ainda mais Margaridas no centro do Brasil. Seguiremos em marcha, sempre”, disse a secretária de Mulheres da CUT Brasília, Sônia de Queiroz.

Para a deputada Arlete Sampaio, a Marcha das Margaridas se mostra como um espaço de “resistência” frente ao governo reacionário de Jair Bolsonaro. “É fundamental resistir e manter os espaços de luta”, disse a parlamentar autora da lei 6.921/2019, que institui a Semana Distrital da Mulher Trabalhadora Rural, realizada anualmente na semana do 12 de agosto.

Durante a solenidade de lançamento da Marcha das Margaridas, a representante do MST Maria Feitosa, lembrou que resistência e coragem sempre foram atributos de Margarida Alves. “Começo minha fala lembrando uma frase de Margarida Alves: ‘é melhor morrer lutando do que morrer de fome’. E é a partir dessa fala que eu lembro que somos todas Margaridas e não vamos nos calar diante de um governo machista e fascista”, posicionou-se. “Eles mataram Margarida, mas veio a primavera e trouxe milhares de margaridas em marcha”, completou a deputada federal Erika Kokay (PT-DF).

Já a coordenadora-geral da Marcha das Margaridas, Maria José Morais Costa, a Mazé, lembrou das conquistas das Margaridas nessas quase duas décadas de luta. “Garantimos o apoio à produção das mulheres da agricultura, o enfrentamento à violência, o acesso à terra e documentação, além de várias outras questões. E neste ano, as Margaridas voltam a Brasília para denunciar todo retrocesso, sobretudo o que atinge as mulheres. Por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência, nós marchamos”, discursou Mazé, que também é secretária de Mulheres Trabalhadoras Rurais Agricultoras Familiares da Contag.

Ainda participaram da solenidade de lançamento da Marcha das Margaridas no DF vários movimentos parceiros, como a Marcha Mundial das Mulheres (MMM), a União Brasileira de Mulheres (UBM), o Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste, entre outros.

Fonte: CUT Brasília

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