A 4ª Internacional foi fundada em 1938 para dar continuidade à luta pelo socialismo, empreendida desde o século 19 por Marx, Engels, Lênin, Rosa Luxemburgo e tantos outros. Sua criação foi impulsionada por Leon Trotsky.
Desde a origem do seu movimento, os trabalhadores buscam se organizar em partido mundial.
Em 1864, com participação direta de Marx e colaboração de Engels, é criada a 1ª Internacional, no momento em que o movimento operário começava a se desenvolver e a se separar do campo republicano. Ela se desagregou após a repressão sofrida pela Comuna de Paris (1871).
Em 1889, com Engels ainda vivo e em meio a um grande crescimento dos partidos socialistas baseados no marxismo, é criada a 2ª Internacional (social-democracia). Em 1914, no entanto, a social-democracia deixa de ser instrumento da revolução socialista porque sua direção apoiou a deflagração da Primeira Guerra Mundial de 1914. Lênin, Trotsky, Rosa Luxemburgo, Karl Liebknecht rompem com a social-democracia e organizam a luta contra a guerra.
Em 1919, dois anos após a vitória da Revolução Bolchevique na Rússia, Lênin e Trotsky participam da fundação da 3ª Internacional. Os violentos ataques sofridos pela Revolução Bolchevique e as derrotas sofridas pelos trabalhadores em outros países da Europa levaram a um recuo poucos anos depois. A propriedade dos grandes meios de produção continuava a ser coletiva mas a direção política do Estado passou a ser exercida por uma violenta burocracia dirigida por Stalin, que também controlou a 3ª Internacional. Em 1933, a política stalinista dividiu a classe operária alemã e permitiu ao nazismo (Hitler) chegar ao poder e jogar o mundo na Segunda Guerra Mundial.
A partir da derrota provocada pelo stalinismo na Alemanha foi que Trotsky e seus companheiros se lançaram à construção da 4ª Internacional preparando um programa político conhecido como “Programa de Transição – A Agonia do Capitalismo e as Tarefas da 4ª Internacional”. No seu Congresso de Fundação, em 1938, havia um delegado brasileiro, Mario Pedrosa, que, em 1980, veio a ser o filiado nº 1 do PT. A 3ª Internacional foi dissolvida por Stalin em 1943.
No seu período inicial, a 4ª Internacional no Brasil combateu agrupando militantes como o próprio Mario Pedrosa, Lívio Xavier, Hermínio Sacchetta e Fúlvio Abramo, que foi secretário da Frente ùnica Anti-facista e liderança fundamental da luta para barrar o crescimento do fascismo em nosso país, notadamente no episódio que ficou conhecido como “Revoada dos galinhas-verdes”, na Praça da Sé, em São Paulo, 1934.
Já em 1976, depois de uma crise que, na década de 1950, dispersou as forças da 4ª Internacional, três organizações brasileiras que lutavam clandestinamente contra a ditadura, apoiando-se no Programa de Transição, se unificaram para formar a Organização Socialista Internacionalista (OSI), hoje Corrente O Trabalho. A OSI nasceu levantando a bandeira de construção de um Partido Operário no Brasil e uma Central Sindical independente do estado, além de impulsionar a formação de uma organização de juventude, a “Liberdade e Luta”.
Em 1978, a OSI começa a editar o Jornal O Trabalho, um jornal auto-sustentado que desde sua primeira edição é mantido pela contribuição dos próprios trabalhadores, mantendo o princípio de independência financeira diante da classe capitalista.
Em 1981, ainda como OSI, nós nos somamos à construção do PT batalhando pela legalização do partido e participando ativamente das lutas que marcaram o seu perfil original. Sustentamos firmemente o boicote ao colégio eleitoral da ditadura (janeiro de 1985) e estivemos entre aqueles que jogaram um papel decisivo para a fundação da Central Única dos Trabalhadores – CUT, em 1983.
Desenvolvemos toda essa luta como internacionalistas que somos e como parte do movimento pela reconstrução da 4ª Internacional (reproclamada em 1993), na linha da luta por partidos operários independentes e de ajuda à centralização da luta internacional dos trabalhadores contra o imperialismo, que deu origem ao Acordo Internacional dos Trabalhadores em 1991.
O que distingue nosso combate no PT, nos sindicatos, na CUT e nos movimentos populares é a defesa da unidade dos trabalhadores em seu terreno independente, de classe, com total democracia, para enfrentar as políticas destruidoras do imperialismo.
Com completa independência, combatemos para que a base do partido seja escutada antes do Planalto lutamos pelos interesses dos trabalhadores em diversas campanhas que impulsionamos e participamos para ajudar os trabalhadores brasileiros a abrir uma saída e para ajudar na luta da juventude por um futuro e para participar do combate internacional contra guerras, exploração, opressão, Tratados de Livre Comércio, retirada de direitos e pela defesa dos serviços públicos, moradia, etc.
No Brasil, país cuja industrialização foi controlada pelo capital financeiro internacional, a luta pelos direitos dos trabalhadores é inseparável da defesa da soberania da nação. A reforma agrária, por exemplo, é uma bandeira que, nos dias atuais, só pode ser realizada até o fim sob liderança dos trabalhadores, por isso ela foi e é um dos elementos fundamentais da constituição e fortalecimento do PT e é defendida firmemente pelos militantes da Corrente O Trabalho.
Outro exemplo atual é o maciço desembarque de tropas estadunidenses no Haiti, fato que revela que, longe de ajuda humanitária, o que se trata é de ocupar militarmente o país. Se é verdade que ocorreu um terremoto de proporções imensas, uma verdadeira catástrofe, também é verdade que o desamparo da população no momento posterior, o gigantesco número de mortos e desassistidos só podem ser explicados porque durante anos e anos a soberania do Haiti foi sendo minada por uma ocupação militar estrangeira e, pior, cujas tropas (Minustah) são dirigidas pelo Brasil. Por isso é tão importante a campanha pela desocupação militar: o Haiti precisa de médicos, engenheiros, equipamentos e suprimentos e não de soldados armados contra o povo.
O retrato do Haiti é o futuro que o imperialismo estadunidense oferece a todas as nações. No Brasil, como em outros países da América Latina, a luta pelo controle dos recursos naturais continua na ordem do dia. Por exemplo, a descoberta do Pré-sal recolocou a importância de uma Petrobrás 100% estatal e da anulação dos leilões de petróleo, iniciados no governo FHC mas não encerrados no governo Lula. Por isso estamos na campanha unitária pela aprovação do projeto da Federação Única dos Petroleiros-CUT.
Caso tenha interesse em participar junto conosco dessas e outras campanhas, entre em contato e reforce a Corrente O Trabalho do PT, seção brasileira da 4ª Internacional.
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