Os militantes do Distrito Federal estiveram desde o início na luta pela criação do Partido dos Trabalhadores. Núcleos de base já haviam sido formados no Plano Piloto, no Gama, no Guará e em Taguatinga antes mesmo de 10 de fevereiro de 1980, quando muitos militantes brasilienses participaram da fundação do PT no Colégio Sion, em São Paulo. Na época, sem eleições no DF, o PT-DF não era reconhecido legalmente pelo Tribunal Superior Eleitoral, mas sua comissão regional provisória possuía legitimidade perante a direção nacional do partido. Um representante de Brasília integrava a comissão nacional provisória que trabalhava para legalizar o partido por meio do número mínimo de filiações em todo o país.
Sem direito ao voto, os militantes do DF concentraram esforços em filiações nos municípios do Entorno, em Goiás e Minas Gerais, contribuindo decisivamente para a legalização do partido. Sindicalistas, estudantes, integrantes de movimentos populares e profissionais liberais compunham as fileiras do PT no DF, muitos vindos das lutas políticas e estudantis das décadas de 1960 e 1970. Entre eles, destacava-se um grupo oriundo do Movimento dos Incansáveis Moradores da Ceilândia, que batalhava pelo direito à moradia digna e infraestrutura básica. Rapidamente, núcleos de base foram organizados em todas as cidades do DF, bem como núcleos de categorias profissionais.
A militância petista atuava intensamente no movimento sindical, recuperando entidades que haviam sido dominadas por pelegos desde 1964. No movimento estudantil e em associações comunitárias, a presença do PT era igualmente marcante. O partido também liderou a construção do Comitê pela Representação Política do Distrito Federal, formado por partidos e entidades da sociedade civil, para lutar pelo direito de eleger representantes no DF. Essa mobilização alcançou vitórias importantes, como a aprovação das eleições para deputados federais e senadores em 1986, e para governador e deputados distritais em 1988.
As conquistas de um povo lutador
A militância do PT-DF sempre esteve na linha de frente das grandes lutas nacionais. Esteve ao lado dos trabalhadores em greves históricas, nas mobilizações estudantis e no Comitê Brasileiro pela Anistia Ampla, Geral e Irrestrita. Liderou a campanha pelas Diretas Já e teve papel crucial no movimento pelo impeachment de Fernando Collor. Em 1983, participou ativamente do congresso de fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Na primeira eleição para governador do DF, em 1990, o candidato do PT, o médico e sindicalista Carlos Saraiva, obteve 24% dos votos, ficando em segundo lugar. Já em 1994, o PT conquistou uma vitória histórica com a eleição de Cristovam Buarque como governador e Arlete Sampaio como vice, marcando o início de uma gestão democrática e popular que trouxe avanços significativos para o Distrito Federal.
Outro marco foi a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da República, em 2002, e sua reeleição em 2006. A militância do DF esteve fortemente mobilizada, organizando a população em torno de um projeto político comprometido com a redução das desigualdades e a ampliação de oportunidades.
A história do PT também foi marcada pela eleição de Dilma Rousseff, a primeira mulher a presidir o Brasil, em 2010, e sua reeleição em 2014. Dilma deu continuidade às transformações iniciadas por Lula, ampliando os programas sociais, fortalecendo a educação e implementando políticas públicas voltadas à igualdade de gênero. Seu governo enfrentou forte oposição e desafios políticos, culminando no impeachment de 2016, amplamente denunciado como um golpe institucional. Sua resistência, no entanto, se tornou símbolo da luta democrática e da defesa das conquistas sociais obtidas durante os governos petistas.
Lula e a resistência à extrema-direita
A vitória de Lula na eleição de 2022, após o período mais conturbado da história recente, foi um marco de resistência à ascensão global da extrema-direita. Em um cenário de polarização, ataques às instituições democráticas e desmonte de políticas públicas, a militância petista, incluindo a do DF, mobilizou-se com vigor para defender a democracia e resgatar a esperança do povo brasileiro.
Essa vitória foi celebrada não apenas no Brasil, mas internacionalmente, como um sinal de que a luta pela justiça social e pela inclusão permanece viva. Agora, no terceiro mandato de Lula, iniciado em 2023, o PT reafirma seu compromisso de reconstruir o Brasil, combater as desigualdades e enfrentar os desafios impostos pelo avanço do autoritarismo no mundo.
A militância do Distrito Federal continua firme, conectada às demandas da sociedade, engajada nas lutas populares e fortalecendo a construção de um país mais justo, solidário e comprometido com os direitos de todos os brasileiros.