O Banco do BRICS está financiando o projeto “Brasília — Capital da Iluminação Solar”, que visa modernizar a iluminação pública do Distrito Federal (DF) por meio da substituição das luminárias de sódio a vapor por tecnologia LED e a construção de uma usina de geração de energia solar fotovoltaica. Essas iniciativas têm como objetivo tornar o DF 100% iluminado por LEDs até 2026 e abastecer 75% dos prédios públicos com energia sustentável até 2028.
A implementação do projeto foi viabilizada pela aprovação do projeto de lei nº 1.088/2024 pela Câmara Legislativa do Distrito Federal. Este PL autoriza o GDF a prestar contragarantia à garantia da União na contratação de crédito pela Companhia Energética de Brasília (CEB) junto ao New Development Bank (NDB, também referido como Banco do BRICS). O valor da operação, de 94 milhões de euros (equivalente a R$ 519,8 milhões na cotação atual), será financiado com prazo total de 15 anos, incluindo uma carência de 4 anos e uma taxa de juros anual de CDI + 1,15%.
A Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) já destinou uma área no Catetinho para a instalação da primeira fase da usina solar fotovoltaica. A previsão é que as obras comecem em dezembro de 2024, com um cronograma que prevê a usina operando em meados de 2026. A expectativa é que a energia gerada abasteça edificações estratégicas, como a Presidência da República e a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), priorizando o uso desta fonte limpa e renovável.
O recurso ao Banco do BRICS – instituição fundada pela política externa do governo Lula e hoje presidida pela ex-presidenta Dilma Rousseff – para financiar o projeto “Brasília — Capital da Iluminação Solar” aparece como uma solução para garantir a continuidade e expansão das melhorias na iluminação pública do DF.
Sobre o BRICS
O BRICS é uma parceria entre cinco das maiores economias emergentes do mundo: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O grupo representa mais de 42% da população mundial, 30% do território do planeta, 23% do PIB global e 18% do comércio internacional. Formado inicialmente como BRIC em 2001, com a inclusão da África do Sul em 2011, o bloco realiza cerca de 150 reuniões anuais focadas em três pilares principais: cooperação em política e segurança, cooperação financeira e econômica, e cooperação cultural e pessoal.
O principal objetivo do BRICS é promover uma reforma no sistema de governança global, oferecendo alternativas às instituições financeiras tradicionais como o FMI e o BID, e fomentando o desenvolvimento das economias emergentes por meio do New Development Bank (NDB). O grupo inclui as duas nações mais populosas do mundo, Índia e China, além de grandes economias como Brasil e Rússia, e tem uma significativa influência econômica e comercial no cenário global.
Sobre o NDB
O New Development Bank foi fundado em 2014, quando o Brasil sediou a sexta edição da cúpula do Brics, que aconteceu nos dias 15 e 16 de julho em Fortaleza, no Ceará. O Banco fornece apoio financeiro a projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, públicos ou privados, nos cinco países-membros e em outras economias emergentes e países em desenvolvimento. O projeto entrou em vigor no dia 3 de julho de 2015.
Em 24 de março de 2023, a ex-presidente Dilma Rousseff, indicada pelo presidente Lula, foi aprovada pelo Conselho de Governadores do banco, tendo um mandato até julho de 2025. Dilma é a primeira mulher a presidir o Banco.