Pazuello sabia de suspeitas sobre Covaxin mas não denunciou por ‘amor à vida’, diz deputado

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) disse que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello estava ciente das possíveis irregularidades envolvendo superfaturamento de contratos da vacina Covaxin, mas que não teria agido ativamente no caso por ter “amor à vida”.

Em entrevista à CNN Brasil na tarde desta quarta-feira 23, o deputado afirmou que o caso “é muito pior” do que se imagina. “É algo gravíssimo, estamos falando de bilhões e as pessoas talvez estejam dispostas a calar qualquer um que entre no caminho. Talvez o Pazuello tenha amor à sua vida e respeito à República. Porque um caso desses talvez dê uma balançada em toda estrutura”, declarou.

Luis Miranda é irmão do servidor do Ministério da Saúde que depôs ao MPF (Ministério Público Federal) sobre a pressão para a compra das doses da vacina indiana. Ambos serão ouvidos na CPI da Pandemia na sexta-feira 25.

Segundo Miranda, ele encontrou-se com o presidente Jair Bolsonaro para tratar diretamente do assunto, e recebeu a promessa de que tudo seria repassado à Polícia Federal. Mensagens enviadas do parlamentar a um assessor direto do presidente possuem um tom de gravidade em relação a natureza da denúncia.

O deputado ainda afirmou que vai pedir segurança para ele e a família ainda nesta quarta. Nas redes sociais, o relator da CPI, senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP), afirmou que a comissão já encaminhou pedido de proteção a Miranda e familiares.

“As informações que o deputado está declinando à imprensa e que trará a esta CPI, são de extremo interesse público. Sua vida e de sua família precisam estar resguardadas”, escreveu o senador.

Ao ouvir a notícia durante a entrevista a CNN, o deputado emocionou-se ao vivo.

ATENÇÃO!

A CPI da Covid estará requisitando segurança p/ o Deputado Luís Miranda, ao irmão e aos familiares. As informações que o Deputado está declinando à imprensa e que trará a esta CPI, são de extremo interesse público. Sua vida e de sua família precisam estar resguardadas.

Fonte: Carta Capital

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